terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Culto de Abertura das Aulas do SPFB do Brasil


“Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos.”(Ageu 1:7 Revista e Atualizada)

Tema: Ponderando o ambiente e repensando sobre a nossa confessionalidade.

Introdução:

O Dr. Lloyd Jones em um discurso feito na capela de Westminster em Junho de 1963; fez algumas considerações a cerca do ambiente e situação atual dos seminários e igrejas de sua época nestes termos: “Até uma época relativamente recente, a Reforma foi tomada como coisa certa e pacífica e,falando em termos gerais, era aceita; não era posta em dúvida. Havia estas duas grandes posições, acatólico-romana e a reformada. Lá estavam elas, e toda gente as reconhecia; porém agora estamos numa situação e num período em que não é mais esse o caso. Novamente tudo está sendo questionado.Há uma espécie de fluidez na corrente situação, como não houve desde o tempo da Reforma Protestante... Os marcos antigos estão sendo derribados e todos parecem concordar que temos que pensar de novo e renovadamente... O perigo que todos nós corremos é simplesmente vamos fazendo o nosso trabalho e ficamos tão imersos nele que corremos o risco de não vermos a floresta por causa das arvores...” (Discernindo os tempos - Drº Martin Lloyd Jones - palestras entre 1942-1977-grifo nosso).

I – A PLURALIDADE DAS IDÉIAS: Havia estas duas grandes posições, a católico-romana e a reformada. Lá estavam elas, e toda gente as reconhecia.

“... Escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” ( Josué 24:15)

◦ Reconhecemos hoje a posição “Bíblica, Confessional, Reformada ou Ortodoxa”, como sendo uma herança dos nossos pais reformadores? Temos consciência da nossa responsabilidade de propagar este ensino? Estamos habituados com estes termos? Fico preocupado com o nível de conhecimento das nossas igrejas com relação a este tema, encontramos não de uma forma geral; mais entre as igrejas que se dizem reformadas um sério problema de Amnésia quando o tema reforma é proposto! Tenho a nítida impressão que os membros nem se quer sabem o que foi a Reforma Protestante!

◦ Consideremos o seguinte: estamos ensinando as nossas ovelhas às antigas doutrinas da graça? Eles Entendem o que significa ser reformado? Nossas ovelhas conhecem os nossos símbolos de fé? Estão sendo doutrinadas conforme o padrão confessional e histórico que deu origem a nossa denominação presbiteriana? São estas questões que muitas vezes são colocadas em segundo plano que dão oportunidade as diversas doutrinas anti-bíblicas e heresias que surgem entre nós; estamos fraqueando a idéia absoluta das Escrituras e relativizando o que era absoluto! Precisamos decidir o que somos! Não podemos ficar suspensos no ar sem posicionamento: “Escolhei hoje a quem haveis de servir”. A posição de neutralidade é inconsistente com a vontade de Deus.

◦ Esta questão que preocupava Lloyd Jones na década de 60 só tem aumentado atualmente; por exemplo, podemos encaixar todas as denominações brasileiras nestas principais posições?

Diversos grupos distintivos nas igrejas brasileiras
◦ Reformados (calvinista) considerados moderados.
◦ Renovados (Pentecostais)
◦ Neo-pentecostais (Teologia da Prosperidade)
◦ Hiper-reformado (Ultra-calvinista) considerados extremados.

II – CONSEQUENTEMENTE: Novamente tudo está sendo questionado

◦ A questão é a seguinte: Onde isto tudo nos leva? Quando as coisas passam a ser questionadas de maneira irresponsável elas passam a ser relativisadas! O que antes para as igrejas confessionais era absoluto passa a ser relativo é neste ponto em que a situação se agrava. Penso que a falta de informação das nossas origens como denominação, que a falta de convicção de quem somos; têm nos levado a tomar nossos próprios posicionamentos de tal forma que incorremos no erro de colocá-los a cima de Cristo. ” Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Co 3:10).

Por exemplo; em detrimento de uma pressuposição presunçosa de que não devemos abrir mão de alguns posicionamentos como: Premilenismo, Amilenismo, Supralapsarianismo, infralapsarianismo e outras correntes no círculo ortodoxo. Tornamos-nos exclusivistas onde somente o nosso ponto de vista é tido como absolutamente reformado.

◦ Não estou insinuando com isto que devemos abrir uma concessão para uma doutrina que esteja fora dos nossos símbolos de fé (confissão de Westminster). Estou apenas recorrendo à mesma para me fundamentar no princípio de que nem todas as doutrinas são igualmente claras e evidentes nas Escrituras. Cap. I §VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos...

◦ Estou questionando que isto não constitua o SEPARATISMO entre os irmãos. Nem sempre as nossas idéias e pressupostos estarão em prefeita harmonia com os nossos irmãos de origem confessional(reformada). Haverão embates assim como houve mesmo no período da reforma, nem sempre os reformadores concordaram em tudo; contudo isto não os levou a uma subdivisão do tipo:Reformadores moderados X Reformadores estremados. Exemplo: As discursões Cristológicas a cerca da “real presença na ceia do senhor” entre os Luteranos. (não confundir com a doutrina Romana da transubstanciação). Outro exemplo o livro Anglicano de Orações Comuns, aquele que sofreu objeções dos puritanos ingleses.

◦ Enfim; Para sermos mais precisos estamos nos referindo aos Hiper-Calvinístas; que pressupõe erroneamente que somente eles são os verdadeiros herdeiros da reforma! Isto é no mínimo muita pretensão! O que os faz mais reformados do que nós? Será que para eles ser reformado é manter oestereótipo de ser estreito, legalista,inflexível, exclusivista, fanático e pietista. Pergunto: O que torna todos os ramos do presbiterianismo no Brasil dignos de serem chamados Reformados?

◦ O Rev. Caleb Soraes em seu livro: 150 anos de paixão Missionária relata de forma imparcial um pouco da história de luta da IPF do Brasil, e se referindo a este fiel ramo do presbiterianismo encerra seu relato assim: “Há diversos ramos presbiterianos e cabe a cada qual honrar esse nome presbiteriano.” Não somos uma caricatura do presbiterianismo!(como alguns levianamente tem afirmado) Somos um pequeno e consciente ramo deste grande presbiterianismo no Brasil(somos a UPA diante dos grandes hospitais HR” os gigantes como IPB e outros ramos do presbiterianismo)
procuramos cumprir a missão de pregar as fiéis doutrinas da graça com a ajuda de Deus e nisto temos muito a acrescentar.

◦ Procuramos persevera em meio a uma tempestade de críticas e oposições de uma pequena parcela de “Neo-presbiterianos” que supõe em suas mentes carnais que a nossa denominação não passa de uma resistência baseada na nostalgia de um passado glorioso no tempo da assim como ficou pejorativamente conhecida “Igreja dos Gueiros”. O principal problema atualmente é ecletismo da igreja, o sincretismo religioso; as diversas idéias e posições; estamos imersos dentro de um contexto bastante diversificado onde o relativismo está tomando conta dos círculos de erudição e seminários.Lamentamos muito que existam indivíduos que pensam assim a estes respondemos: “Não vos tornei causa de tropeço nem para os judeus, nem para os gentios, nem tão pouco para a igreja de Deus.” (I Co. 10:32). Esta é a nossa consciência como lideres da Igreja de Deus, não podemos colocar os nossos interesses pessoais e ambições acima dos interesses do Senhor da Igreja, disto estamos certos!

ANALIZANDO OS FATOS: Os marcos antigos estão sendo derribados

A esta altura podemos considerar que problema crônico em nossa época é a ausência dos
fundamentos doutrinários dos nossos púlpitos, escolas e seminários, é negociar o inegociável! É abrir mão dos fundamentos essências a manutenção da fé reformada, analisemos, pois detalhadamente o texto:

“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.”*(I Co 3:11ARA)
Themelion gar allon oudeis dunatai theinai para ton keimenon os estin Iêsous Christos (Trasliteração)

A)Significado semântico de cada palavra.
B)Sugestão de Tradução Literal seria algo assim:
“Fundamento, pois outro ninguém forte( colocar ao lado do destinado, (raiz de=Deitar o qual Ele é Jesus Cristo.”
Contexto remoto do texto:

“Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei eu como sábio construtor, (Sig.Construtor competente, mestre de obra, palavra que da origem a Arquitetura) o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele.” (I Co. 3:10). Paulo está afirmando que foi pela graça de Deus que ele como um grande mestre de obra havia lançado ao coríntios um fundamento altamente forte para sustentar a fé deles e que não havia necessidade de deitar, ou seja, derrubar toda construção para refazer a base do Cristianismo, e que esta base que ele chama de fundamento é Jesus Cristo.

Acusativo sig. Fundar, estabelecer, fundamento.) (Conjunção usada par expressar causa, sig.Pois, por isto, portanto) (Acusativo sig. Outro ou diferente) (Conjunção negativa sig.Ninguém, nada ou de modo nenhum) (No dic. Léxico Grego-Português temos a Raiz desig. Forte, poderoso e capaz. O NTG 4ª Ed. Sig. Possível competente e qualificado. (Expressa uma idéia contrária ou oposta sig. Por, colocar, outro no lugar. =(preposição sig. Lado de, por, ao lado, próximo de) (artigo definido sig. O) = ( Raiz de sig.deitar, colocar, destinar, adicionar, a idéia desta palavra é que se temos uma construção pronta que não pode ser ou seja deitada no chão,sugere que esta construção já pronta não pode ser alterada na sua fundação, a sua base já esta pronta e não pode ser adicionada nada mais) = (Pronome relativo sig. Quem, que, o qual,) = ( presente indicativo e sig.Ele é, é Ele, está) Jesus Cristo.

Nota exegética: Podemos entender segundo esta idéia da tradução literal que o fundamento forte(Forte, poderoso, capaz, competente e qualificado) que Paulo está dizendo que não há de modo nenhum outro fundamento que tenha em si mais força que Jesus Cristo. Ou seja, também significa que Jesus é o
único fundamento capaz colocado como a sustentação de toda a religião cristã e que nenhum outro é qualificado para substituir o fundamento que é Jesus Cristo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Culto de Ações e Graças de Aniversário do Ministério de Louvor Elshadai



Local:IPB de Ponte dos carvalhos
Dia: 18 de Dezembro de 2010
Preletor: Rev. Luciano Gomes da Silva
Tema: A verdadeira Adoração Versus Adoração Humana.


“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem..” (João 4:23)

INTRODUÇÃO:

Inicialmente gostaria de expressar nesta noite a minha tranqüilidade em tratar deste assunto como os irmãos, geralmente quando sou convidado para trazer uma mensagem à outra comunidade cristã que não seja a minha tenho tido certo cuidado e zelo para tratar tais assuntos; entretanto me sinto bastante a vontade em expor este tema tendo em vista que esta igreja é de tradição bíblica reformada e confessional que adota os símbolos de fé de Westminster como fiel sistema de exposição das doutrinas bíblicas das igrejas reformadas do séc. XVI entre elas as igrejas Presbiterianas da Escócia. Bem; sendo assim permitam-me introdutoriamente como recurso argumentativo citar para vocês O Diretório de Culto de Westminster no tocante ao cântico dos salmos como uma das formas de expressão de adoração:
 É dever dos cristãos louvar a Deus publicamente cantando salmos juntos na igreja, e também em particular na família. (Diretório de Culto de Westminster). Passemos algumas considerações com relação a este dever da comunidade cristã:

I - CUIDADO COM A FALSA ADORAÇÃO SEGUNDO OS PRECEITOS DOS HOMENS, SEM ENTENDIMENTO E DISCERNIMENTO ESPIRITUAL.

“Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem.” (Mt. 15:8-9)

O Senhor Jesus como sábio mestre exorta a mulher samaritana quanto aos verdadeiros adoradores, entende-se logicamente que se existem os verdadeiros adoradores também existem os falsos. O problema acredito, que esteja no estereótipo de muitos “Adoradores” que tipo de adoração estamos acostumados a ouvir nas igrejas? De que forma esta sendo expressa esta adoração?
É bem sabido dos irmãos creio que o Diretório de Culto de Westminster (DCW) foi uma proposta dos reformadores ingleses (puritanos) para uma reforma na liturgia prescrita pelo Livro de Oração Comum da Igreja Anglicana que prescrevia o batizado privado, a leitura dos livros apócrifos, o sinal da cruz no batismo entre outras práticas romanista. O DCW foi elaborado neste contexto de falsas aspersões e interpretações de adoração no culto público como uma volta ao puro e simples culto tendo como base para o princípio regulador do culto as Escrituras Sagradas.
É bom lembrar que embora tenhamos apenas a citação dos salmos metrificados no DCW, não era a intenção dos puritanos criarem mais um manual de culto a exemplo do Livro de Oração Comum da Igreja Anglicana fazendo com que a adoração fosse algo mecânico e restrito, muito pelo contrário a história registra exatamente o oposto ao que os Neo-reformados (Os reformados brasileiros que adotam em sua liturgia o cântico restrito dos salmos metrificados e o silêncio total das mulheres na oração pública).
Sobre estes “neo-reformados” brasileiros O Rev. Augustus Nicodemus em seu livro: O que estão fazendo com a Igreja os apresenta:

“O termo Neo-Puritanos no Brasil, todavia, tem sido usado nos círculos evangélicos para designar os adeptos da teologia puritana no Brasil que passaram a usar determinadas doutrinas e práticas como identificadoras dos verdadeiros reformados. Entre elas estão o cântico exclusivo dos salmos sem instrumentos musicais no culto, o silêncio total das mulheres no culto”.

O grande problema com os ensinamentos doutrinários destes neo-puritanos é que eles estão mais preocupados com as práticas históricas do contexto da Inglaterra do séc. XVI que se esquecem da essência da adoração; John Piper no livro Irmãos, nós não somos profissionais cita João Calvino como um reformador que respeitava e entendia a forma de cultuar de cada povo em sua nação e em suas respectivas épocas. Se estes neo-puritanos reivindicam o modelo de culto inglês exatamente ao que os puritanos praticaram então teremos que rever outras práticas tais como: fumar cachimbo, tomar uísque (C.S. Lewis) para sermos considerados verdadeiros reformados? Apenas para ilustrar o que estou lhes dizendo gostaria de lhes contar um fato verídico, o Rev. José Vasconcelos foi convidado por um amigo que mora em Charlote EUA para pregar em uma Igreja Presbiteriana, no intervalo da Escola Dominical alguns pastores estavam de forma muito natural fumando o seu velho cachimbo. Ouçam o que Calvino diz sobre as formas de cultuar:

 “... Nas cerimônias não quis ele prescrever minuciosamente o que devamos seguir (porque isto previne depender da condição dos tempos, nem julgaria convir a todos os séculos uma forma única... Enfim, porque Deus nada ensinou expresso nesta área, porquanto essas coisas não são necessárias a salvação e devem acomodar-se variadamente para edificação da Igreja, segundo os costumes de cada povo e do tempo...”

Como podem prescrever o que Deus não tencionou revelar claramente nas Escrituras? O próprio Calvino reconhece que as cerimônias e cultos públicos devem se acomodar respeitando as varias formas de cultuar, é lógico que esta não é uma concessão feita por ele para fazermos o culto conforme nossas imaginações ou sugestões de satanás conforme nos diz a CFW capítulo XXI § 1;

 “Mas a foram aceitável de cultuar o Deus verdadeiro é instituída por ele mesmo e, portanto, delimitada por sua própria vontade revelada, de modo que ele não pode ser cultuado segundo as imaginações e sugestões humanas, nem segundo as sugestões de Satanás.

Estou me referindo ao fato de termos liberdade a luz da bíblia em nossa própria época e contexto nacional em que vivemos podermos adorar a Deus cantando nossos salmos, hinos e cânticos espirituais e não sermos constrangidos por homens ignorantes que afirmam que tais práticas não são práticas dos autênticos reformados.

Retomando a seguinte questão qual a motivação e pretensão do DCW? É levar as igrejas a cultuar a Deus conforme os padrões bíblicos conforme o Ap. Paulo escreveu: “Rogo-vos, pois irmão, pelas misericórdias de Deus que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; que é o vosso culto racional E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm. 12:1 e 2)

Nota exegética: logikhn = logiken significa: Racional, lógico, algo que exige discernimento, raciocínio.

 Sto. Agostinho disse: “Ninguém é capaz de cantar dignamente a Deus, a não ser que cante aquilo que já recebeu dele”.
 Calvino disse no prefácio do Saltério de Genebra: “Usarmos músicas não somente honestas, mas também santas, que nos sirvam de estímulo para que oremos e adoremos a Deus, e para que meditemos sobre sua operação para que o amemos, temamos, honremos e glorifiquemos”.

II - ADORAÇÃO EM ESPÍRITO E VERDADE DEVE SER COM ENTENDIMENTO.

"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”. (Dt. 6:5).

 Ouçam o que diz novamente o DCW: “Ao cantar os salmos a voz deverá ser afinada e ordenada com seriedade, mais o cuidado maior precisa ser o de cantar com entendimento e com graça no coração, erguendo melodias ao Senhor.” Notem a ordem: voz afinada, ordenada com seriedade no entanto isto não constitui uma verdadeira adoração, não basta a técnica, postura ou até mesmo profissionalismo é necessário a verdadeira compreensão da adoração em espírito e verdade.
Retornando ao texto base podemos notar que a mulher samaritana estava confusa quanto a forma: “Nossos pais adoravam neste monte (templo no monte Gerizim em Samaria); vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar” (Jo 4:20).Então Jesus surpreendentemente diz: “... Nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis ao Pai”. Ou seja; Jesus está dizendo para aquela mulher que nem uma coisa nem outra, você esta confusa, é necessário mais que a forma (referindo-se ao lugar de adoração) a essência em espírito e verdade do grego  =espíritoverdade.

Este princípio pode ser deduzido logicamente do texto lido; não que o entendimento associado a formação intelectual do adorador possa garantir uma adoração de acordo com a Palavra de Deus, isto com certeza não é a garantia de uma adoração em Espírito e em verdade conforme ensinou Jesus Cristo. Este entendimento deve essencialmente vir associado a uma vida de piedade e submissão a Deus, sem ortopraxia seria inútil toda ortodoxia: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom procedimento as suas obras em mansidão de sabedoria”. (Tiago 3:13). A adoração de acordo com as Escrituras não é um privilégio de uma elite de intelectuais, mas de verdadeiros adoradores que adoram em espírito e em verdade.

“Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente”. (I Co 14:15)

 Calvino diz: “De resto, é necessário ressaltar aquilo que S. Paulo disse: que cânticos espirituais não podem ser bem entoados, a menos que sejam cantados de coração. Mas o coração requer inteligência. E é nisso (diz Sto. Agostinho) que reside a diferença entre o canto dos homens e o dos pássaros. Pois pode bem ser que um sabiá, um uirapuru ou um papagaio cantem bem, mas jamais o farão com entendimento, A dádiva singular que os homens têm é cantar com conhecimento daquilo que cantam”.
Nota exegética: nouz = a compreensão, a mente como a faculdade do pensamento.


CONCLUSÃO:

A essência da adoração deve ser o princípio regulador do culto, devemos considerar igualmente válidas as outras formas de adoração prescritas na Palavra de Deus, e não idolatrar a forma em detrimento da essência. A verdadeira adoração em espírito e verdade é o resultado da mais sublime relação entre adorador e adorado, esta relação é obtida por meio de uma compreensão restrita e íntima que o adorador tem por meio do discernimento espiritual na Palavra, ele sabe exatamente no que crê, está convicto da soberania de Deus em sua vida e isto lhe faz entoar louvores que exaltam a majestade e grandeza de Deus. Sua adoração não é apenas um ritual metrificado, vazio e cheio de cerimônias exteriores sem significado interno; sua adoração é como o canto do vento mais forte que enche todo o campo de folhas espalhando pelo ar o aroma de Cristo. Que vocês prossigam como disse o Ap. Paulo aos Efésios:

“Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, (Efésios 5:19)

Que vossas vidas, vossas atitudes sejam um eterno louvor pelo Deus soberano que os criou, que a graça de Deus seja convosco; o nosso desejo seja semelhante ao que Paulo proferiu aos Colossensses:

Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. (Colossensses 3:16)

*O Rev.Luciano Gomes da Silva é pastor da Igreja Presbiteriana Fundamentalista em Aldeia, Pós-graduado em Teologia Exegética pelo SPN, professor do SPFB e graduando em Letras pela Faculdade São Miguel.

domingo, 31 de outubro de 2010

53º Aniversário da IPF do IPSEP


Subtema: A igreja da superfície: Curando a superficialidade da Igreja pela Palavra.
“Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz”.
(Jr. 6:14)

INTRODUÇÃO:

No livro Morte na Panela, Uma Ameaça Real a Igreja o Rev. Hernandes Dias Lopes trata em seu prefácio da situação em que se encontra as igrejas em nosso país, poderíamos dizer que esta enfermidade tem levado muitas igrejas antes sérias e comprometidas com a fiel pregação da palavra a verdadeiras UTI’s
(unidade de terapia intensiva), espiritual; por quer não dizer Unidade de Tratamento Espiritual UTE?
“Não podemos tratar de um problema antes de diagnosticá-lo. A prevenção é o melhor caminho para uma vida saudável. Mas é preciso dizer que uma doença grave está atingindo as entranhas da igreja em nosso país. Essa doença está sendo causada por intoxicação alimentar... A igreja Evangélica brasileira não está precisando de maquiagem, e, sim de cirurgia.”
Ao nos propormos a falar da igreja da superfície e como curar a superficialidade da igreja pela Palavra não poderíamos antes de tudo de fazer um alto-exame de nossas vidas, situação espiritual um verdadeiro permitam-me utilizar mais uma vez um termo médico Diagnóstico da nossa situação como igreja, denominação e sobre tudo; como cristãos. (do grego original διαγηοστικόη, que é a junção de duas Expressões dia que significa "através de, durante, por meio de" e gnostico que significa "conhecimento de").

EXPOSIÇÃO:

Pegando a definição de diagnóstico como o conhecimento da doença por meio de exame; colocamos-nos inteiramente a mercê da graça de Deus e buscaremos com muito temor e tremor tratar deste assunto. Permitam-me, expor para vocês o diagnóstico da situação das igrejas feitas por alguns irmãos conhecidos nossos:
O Rev. Hernandes Dias Lopes diagnosticou em seu livro já citado que:
“A igreja hoje cresce em número, mas decresce em credibilidade. Ela tem extensão, mas não profundidade (superficial). Ela tem influência política, mas não poder espiritual. Ela tem carisma, mas não caráter. Ela tem muita adesão, mas pouca conversão.”

O Rev. Augustus Nicodemus em sua obra intitulada O que estão fazendo com a igreja denuncia a situação da igreja em nossos dias:
“Falando sem rodeios, os neolibertinos presentes nas igrejas evangélicas defendem o sexo antes do casamento, a multiplicidade de parceiros, as relações homossexuais, a troca de esposas e maridos, a pornografia, as aventuras amorosas fora do casamento, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, a participação dos cristãos nas diversões mundanas....”

Amados irmãos, o que fazer com está igreja doente que vive na superfície do evangelho, uma igreja que não tem profundidade; como reagir diante de um quadro tão assustador como este em que a igreja moribunda esta prestes a se render ao mundo? Passemos agora ao remédio, curando a superficialidade (enfermidade) da igreja pela palavra é necessário antes de tudo reconhecer-mos que a igreja está doente.

I - Primeira enfermidade: DIVERSOS PECADOS NÃO TRATADOS.

“Como o poço conserva frescas as suas águas, assim ela conserva fresca a sua maldade; violência e estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas há diante de mim continuadamente”. (Jr. 6:7)

Pra começar não basta apenas pedir perdão a Deus pelos nossos pecados e continuarmos cometendo os mesmos pecados continuamente em Pv. 28:13 nos diz: “ O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que confessa e deixa alcançará misericórdia”. Vemos no texto o profeta usar a expressão proverbial antiga: Como o poço conserva frescas as suas águas, referindo-se aos pecados não confessados e abandonados pelo povo de Deus. Notem que estes pecados faziam do povo de Deus enfermos espiritualmente, estes pecados encobertos traziam terríveis conseqüências ao povo.

Notem imediatamente no versículo 8 o apelo a correção por meio da disciplina imposta por Deus para correção da superficialidade e enfermidade do povo: Aceita a disciplina, ó Jerusalém... (Jr.6:8). No livro Disciplina na Igreja Uma Marca em Extinção o presbítero Solano Portela diz algo interessante:
“Ás vezes achamos que ignorando as manifestações de pecado, ele irá embora... Não é negando a realidade dos pecados, na igreja ou em nossas vidas, que resolveremos o problema”.

E por falar em disciplina ela é tão séria que os próprios reformadores colocaram o exercício da disciplina ao lado da Pregação da Palavra e Administração dos Sacramentos com marcas da verdadeira igreja de Cristo que se distingue da falsa: “... A Igreja verdadeira é reconhecida pelas seguintes marcas: Ela pratica a pura pregação do evangelho; mantém a pura administração dos sacramentos segundo Cristo os instituiu; exercita a disciplina na igreja para correção e punição dos pecados...” (Confissão de Fé Belga, Art. 29, As marcas da verdadeira e da falsa igreja).

II - Segunda enfermidade: PECADO DA IDIFERENÇA PARA COM A PALAVRA DE DEUS.

“A quem falarei e testemunharei, para que ouçam? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos, e eles não podem ouvir; eis que a palavra do Senhor é para eles coisa vergonhosa; não gostam dela”. (Jr. 6:10).

Assim como o doente não pode ficar curado se não tomar o remédio e seguir as prescrições médicas, os nossos pecados não serão perdoados se não atentarmos para a Palavra de Deus. Estamos vivendo uma crise no culto em nossas igrejas, Ficamos 40 min. há 1 hora na fila de um banco em pé mais quanto tempo suportamos ouvir um sermão do nosso pastor em nossas igrejas? Escutamos o professor em nossa faculdade lecionar 2 horas de aula interruptas, mas quanto tempo temos nos dedicado a aprender com o nosso professor de escola dominical as doutrinas da graça?

Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos, e eles não podem ouvir, Está é a realidade em muitas igrejas, seus ouvidos estão precisando de conversão! Nunca aprendem estão ouvindo a Palavra há tanto tempo e nunca se desenvolvem na fé, são imaturos, são como crianças: “Embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido!” (Hebreus 5:12).

III - Terceira enfermidade: VIVEM UMA VIDA DE APARÊNCIA, BUSCAM APENAS SEUS INTERESSES PESSOAIS.

"Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância; e desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade”. (Jr. 6:13).

IV - Quarta enfermidade: OS PECADOS SÃO TRATADOS DE FORMA SUPERFICIAL/LEVIANAMENTE E O CINISMO RELIGIOSO.

“Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz”. (Jr. 6:14)

Precisamos amdos irmãos, queridos pastores e presbíteros, dar um tratamento de choque contra o pecado da igreja. Se preciso for perder um membro do nosso corpo para que o resto sobreviva precisamos ter coragem de estripar o mal da igreja do Senhor.

“Porventura envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto cairão entre os que caem; no tempo em que eu os visitar tropeçarão, diz o Senhor”.(Jr. 6:15)

CONCLUSÃO

“Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas. Mas eles disseram: Não andaremos nele.” (Jr. 6: 16)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mensagem S.O.S. Jovem na Cidade de Patos- Paraíba- Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil 09 e 10 Outubro de 2010


TEMA: LEVANDO DEUS A SÉRIO: QUEM SÃO OS QUE NÃO LEVAM DEUS A SÉRIO?
Texto: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.” (Gl. 6:7, NVI)

INTRODUÇÃO:

Antes de começarmos com o sermão desta noite gostaria de lhes lembrar de alguns acontecimentos e dando alguns exemplos de pessoas que não levaram Deus a sério:
NAVIO TITANIC (1912): Na ocasião em que foi construído, apontaram-no como o maior navio de passageiros da época. No dia de entrar em alto-mar, uma repórter fez a seguinte pergunta para o construtor: "O que o senhor tem a dizer para a imprensa concernente a segurança do seu navio?" O homem disse: "Nem Deus poderá afundar meu Navio". O resultado foi o maior naufrágio de um navio de passageiros do mundo 1500 pessoas morreram!

JOHN LENNON (1980): Depois de dar uma entrevista a uma revista americana, John disse, em 1966: "O cristianismo vai se acabar, vai se encolher, desaparecer. Eu não preciso discutir sobre isso. Eu estou certo. Jesus era legal, mas não concordo com suas disciplinas. Hoje, nós somos mais populares que Jesus Cristo”. No mesmo ano da entrevista um fã matou John Lennon com Cinco tiros.

TANCREDO NEVES (1985): Na ocasião da campanha presidencial, Tancredo afirmou que se tivesse 500 votos do seu partido (PDS) “nem Deus o tiraria da presidência da república”. Foi eleito presidente da república mais nem chegou a subir a rampa do planalto morreu no hospital um dia antes da posse.

CAZUZA (1990): Em um show no Canecão (Rio de Janeiro), cazuza deu um trago em um cigarro de maconha, soltou a fumaça para cima e disse: “Deus, essa é para você!” Nem precisa falar em qual situação morreu esse homem.

CAMPINAS (2005): Em Campinas, uma turma de amigos, já embriagados, foi buscar a última pessoa para ir a uma balada. Pararam em frente da casa da jovem e a chamaram. Junto com a moça veio à mãe que, com medo uma vez que todos estavam embriagados, pegou na mão da filha, que já estava dentro do carro, e disse: "Filha vai com Deus que ele te proteja”. A filha, para tirar uma onda com a mãe, disse: "Só se ele for no porta-malas, pois aqui já está lotado”. Algumas horas depois veio a noticia para os familiares dos jovens. Eles sofreram um acidente e todos morreram. O carro ficou irreconhecível, mas o porta-malas ficou intacto. A polícia técnica disse que pela violência do acidente seria impossível o porta-malas ficar intacto, quando o policial abriu o porta-malas, lá estava uma bandeja com 18 ovos sem nenhum arranhão, e todos nos lugares corretos da bandeja.

I-QUAL O CARÁTER E A POSTURA DAQUELES QUE NÃO LEVAM DEUS A SÉRIO?

Permitam-me fazer um pequeno comentário exegético do texto que nos permitirá continuar definindo claramente em nossas mentes aqueles que não levam Deus a sério.

O texto lido no original grego traz a seguinte tradução literal: Gálatas 6:7b
“”
“Não vos enganeis Deus não é tratado com desprezo...” (tratado com desprezo do léxico: Rir-se de, zombar, tratar com indiferença, não levar a sério). Esta definição deriva da mesma idéia da palavra Sarcasmo (do grego antigo σαρκασμός “sarkasmos” ou “Sarkázein”; Sarx=“carne” Asmo= queimar “queimar a carne”) designa um escárnio ou uma zombaria, intimamente ligado à ironia com um intuito mordaz quase cruel, muitas vezes ferindo a sensibilidade da pessoa que o recebe.Esta é a definição semântica da palavra em alguns dos seus possíveis significados.


Exposição:

Antes de nos prendermos ao tema proposto “Quem são os que não levam Deus a sério” prossigamos. Após a apreensão e compreensão de que: Os que tratam Deus com sarcasmo, indiferença, que zombam são os que não levam Deus a sério. São vários sinônimos atribuídos ao mesmo significado ou idéia.

II. QUEM SÃO OS QUE NÃO LEVAM DEUS A SÉRIO, QUEM SÃO OS QUE ZOMBAM DE DEUS:

(1) São os que se entregam à falsa religiosidade:

“Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção...” ( Gl. 6:8ª). Fica evidente aqui neste texto que a vida de falsa religiosidade, ou os que são meros “crentes nominais” me refiro aqueles que fazem parte do rol de membro de qualquer igreja; que vivem de modo incoerente com os ensinamentos da Palavra de Deus, estão totalmente equivocados(enganados) aliás; esta foi a exortação inicial de Paulo: “Não vos enganeis...” . Paulo está deixando para eles claro a seguinte idéia parafraseando o texto: “Não se enganem, ninguém pode tratar Deus com indiferença, e não adianta agir com sarcasmo diante disto que eu estou lhes dizendo, porque é certo que: O que vocês fizerem de errado as conseqüências dos seus erros voltarão para vocês.”

(2) São os desobedientes:

“Afirmam que conhecem a Deus, mas pelas suas obras o negam, sendo abomináveis, e desobedientes, e réprobos para toda boa obra.” (Tito 1:16). Paulo mais uma vez está tratando do problema dos que se diziam cristãos mais em suas vidas negavam Cristo. Estes falsos cristãos foram chamados por Paulo nos versículos 9 e 10 de: “Contradizentes, insubordinados, faladores vãos e enganadores.” É possível que exista pessoas desta qualidade na igreja hoje? Infelizmente eu receio que sim! Notem tudo começa com a desobediência dos membros às autoridades constituídas por Deus, e porque desobedecem aos pastores e liderança das igrejas por que são insubordinados, ou seja; não se sujeitam a missão do outro (insubmisso) são rebeldes, pois não acatam nem respeitam nenhuma autoridade. São contradizentes por que agem ao contrário dos ensinamentos da Palavra de Deus: “Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” (Hb. 13:20)

(3) São hedonistas (hedonismo) Estão em busca dos prazeres:

“Agora, pois ouve isto, tu que és dada a prazeres, que habitas descuidada, que dizes no teu coração: Eu sou e fora de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos. 9-Mas ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo dia, perda de filhos e viuvez; em toda a sua plenitude virão sobre ti... “ (Isaias 47:8a). Que terrível sentença nós temos da parte de Deus pelo profeta Isaias. Quão horrenda serão as conseqüências sobre os cristão “vida mansa” me refiro nestes termos com base em um livro de J.I. Parcker por título: Religião Vida Mansa, que trata da Teologia do prazer e do desafio do crente em viver num mundo materialista. Amados o hedonismo é a filosofia em que o homem busca o prazer com dom supremo.

Origem da filosofia do prazer (hedonismo)
Epicuro (341 – 270 a. C) filósofo grego nascido em Samos; O ponto básico de sua doutrina é o prazer onde eles se entregavam aos excessos dos festins e as orgias. Enquanto o prazer é o soberano bem, a dor é o soberano mal. Segundo a moral hedonista tem que se eliminar toda a dor.E praticar A ataraxia “ausência de perturbação” (que é um estado da alma em que nada consegue perturbá-la), ela fica impassível ou seja o indivíduo deve se despir de toda e qualquer coisa que lhe traga preocupações. Realidades como pecado, morte, castigo, condenação e inferno jamais poderiam ser aceitas pelos adeptos desta filosofia). Vejam alguns destes filósofos que Paulo encontrou em Atenas em sua viagem missionária e notem como está filosofia os impediu de entenderem o evangelho de Cristo.


“Ora, alguns filósofos epicureus e estóicos disputavam com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece ser pregador de deuses estranhos; pois anunciava a boa nova de Jesus e a ressurreição... “Mas quando ouviram falar em ressurreição de mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos ainda outra vez.” (At:17:18 e 32). Hoje também muitos estão tendo a mesma reação dos epicureus uns escarnecem a mensagem do evangelho outros estão deixando para amanhã. Estão vivendo suas vidas despreocupadas com as verdades do evangelho do Senhor Jesus, estão zombando da mensagem da cruz, estão procurando nos prazeres deste mundo uma filosofia de vida da qual nem eles mesmos sabiam que existia. Estão pouco preocupados com o pecado a vida de santidade. Estão vivendo como se estivessem no mundo da lua, despreocupados, indiferentes a mensagem de arrependimento e fé, não levam a mensagem nem o próprio Deus a sério.

(4) São os que se esquecem do fim, das advertências, de que a vida é rápida e passageira:
Creio que a conseqüência final e lógica na vida dos que não levam Deus a sério está bastante clara neste texto. Algo mais que deveríamos repensar sobre as nossas vidas é que: “Do nosso passado nós somos escravos, porém do nosso futuro nós somos senhores”. Não estou dizendo com isto que temos o poder de mudar os desígnios soberanos de Deus, nem que podemos nos rebelar contra os eternos decretos de Deus. Podemos com a graça Dele, e com o auxilio do Espírito Santo despertarmos da letargia espiritual e nos lembra-mos de Deus enquanto há tempo.

“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos em que dirás: Não tenho prazer neles; 2-antes que se escureçam o sol e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;3-no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas,4-e as portas da rua se fecharem; quando for baixo o ruído da moedura, e nos levantarmos à voz das aves, e todas as filhas da música ficarem abatidas;5-como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e falhar o desejo; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;6-antes que se rompa a cadeia de prata, ou se quebre o copo de ouro, ou se despedace o cântaro junto à fonte, ou se desfaça a roda junto à cisterna,7-e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.” (Eclesiastes 12:1-7)

“Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e chegam ao fim sem esperança. 7-Lembra-te de que a minha vida é um sopro; os meus olhos não tornarão a ver o bem. 8-Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos estarão sobre mim, mas não serei mais. 9-Tal como a nuvem se desfaz e some, aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir”. (Jo 7:7)


Conclusão:

Que possamos levar Deus a sério que possamos confiar no seu amor, constatar sua soberania, compreender sua salvação, que tenhamos em Cristo essa plena salvação, que se nos oferece pela graça somente. O Tempo é curto os anos passam que tenhamos certeza que todos prestarão contas diante do soberano Senhor que nos criou Amém.














* O Rev. Luciano Gomes da silva é Pastor da Igreja Presbiteriana Fundamentalista em Aldeia, Professor do Seminário Presbiteriano Fundamentalista do Brasil, Pós-Graduado em Teologia exegética pelo Seminário Presbiteriano do Norte, Pós-Graduando em Hebraico Bíblico pela UFPE e graduando em Letras pela Faculdade São Miguel em Recife.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Resenha: Por que (Não) ensinar gramática na escola - Sírio Possenti -Parte I


Resenha Crítica do Livro: Por Que (NÃO) Ensinar gramática na Escola - POSSENTI, Sírio – Editora ALB – 15ª Reimpressão – 2006.

Introdução:

O título do livro a primeira vista parece-nos sugerir uma proposta atípica do ponto de vista tradicional do ensino educacional que fomos habituados a aprender. O autor expõe de forma bastante desafiadora questões fundamentais relativas à natureza e o aprendizado das línguas de uma ótica que passaremos a chamar de “aplicação inversa” dos fundamentos gramaticais. A abordagem do tema em questão “Não ensinar gramática na Escola” é mais bem esclarecida quando Possenti elucida e conceitua na segunda parte do livro os três tipos de gramáticas. O leitor menos avisado pode supor pelo título do livro que Possenti está derrubado toda estrutura educacional em detrimento de uma nova abordagem; entretanto fica claro com a continuidade da leitura da sua obra que ele propõe exatamente o contrário, sugere a releitura da aplicação das gramáticas(Normativas, descritivas e internalizadas) percorrendo um caminho inverso ao que estamos habituados a ver nas escolas.
Corroborando com esta idéia permita-me dar o exemplo do que foi dito pelo prof. Vicente Masip em um curso de capacitação para educadores na UFPE:

“A criança ingressa na escola falando perfeitamente o português. Esse fato extraordinário, porém; pouco sensibiliza os alfabetizadores, preocupados apenas por ensinar seus alunos a ler e escrever.” [Citação da capa final do livro: Fonologia e ortografia portuguesas – Editora E.P.U. Pelo autor Vicente Masip por ocasião do curso ministrado na UFPE no auditório do CAC em Julho de 2010]

Hipoteticamente imaginemos que um dos pré-requisitos para se ensinar a língua portuguesa seja o falar a língua portuguesa. Obviamente que se falamos uma determinada língua supõe-se que o falante domine determinadas “regras” desta língua, se preferir “estruturas gramáticais”. O conceito de um conhecimento interiorizado ou como definia Chomsky “Herança biológica” é levado em conta quando ensinamos na escola? Estamos respeitando o fato dos alunos de fala portuguesa que possuem este conhecimento inato da sua língua materna ou estamos tentando fazer exatamente o caminho “contrário” ou se é que podemos dizer o caminho “artificial” (no que se refere ao caminho contrário o da natureza do falante). Estes e outros temas são abordados nesta magnífica obra, de sorte que veremos os pormenores desta e outras questões a seguir.

Exposição:

Possenti inicia sua obra justificando o embate dicotômico entre ensinar ou não a gramática normativa nas escolas. O prof. Sírio Possenti é professor de lingüística da Unicamp, para alguns talvez está seja a razão de um pré julgamento com o tema proposto pelas discursões entre os gramáticos e os lingüistas com relação ao aprendizado da língua. Este aparente paradoxo entre ensinar a língua e ensinar a gramática é quebrado por Possenti, embora ele critique diretamente o método empregado nos “Programas de ensino” . Ele acredita que estes programas de ensino não são eficientes, não funcionam por que seus discursos são novos, todavia suas práticas ou métodos de ensino são tão ultrapassados quanto às gramáticas normativas. Esta talvez seja uma proposta que ele chama de “revolução no ensino da língua portuguesa”. Se estaremos dispostos a rever os antigos discursos e torná-los praticáveis eis a grande questão.

O papel da escola no aprendizado da língua portuguesa

Inicio está sentença com a afirmação do autor: “O objetivo da escola é ensinar o português padrão”. Concordo com está afirmação por algumas razões obvias; primeiramente por que os falantes da língua portuguesa já tem internalizado as estruturas gramáticas da sua língua materna, ainda que na sua forma embrionária, vejamos um exemplo disto: Quando uma criança começa a pronunciar suas primeiras palavras e ela diz: /mama/ é óbvio que ela quer dizer mamãe. Agora notem a semelhança da palavra mamma em italiano que significa mãe usada em sua forma afetiva. Obviamente que a criança portuguesa não nasceu conhecendo o idioma italiano, o que temos aqui é uma noção do princípio da herança biológica, se a criança fosse nascida na Itália seria óbvio que ela estivesse chamando sua mãe; no caso da criança do Brasil está evidente que ela não consegue articular perfeitamente o fonema /ã/ que é produzido pela abertura do véu do palato deixando passar o ar pelo nariz e pela boca simultaneamente. Embora está realização pareça muito complexa a criança poderá desenvolver esta capacidade facilmente com o tempo; o que importa é que a mãe consegue associar perfeitamente o signo do seu significado, ou seja ela pode decodificar perfeitamente o significado.
Embora a criança não conheça os grafemas e os fonemas que fazem parte desta estrutura linguística elas aprenderam na escola este padrão.

*Luciano Gomes da Silva é aluno do curso de Letras pale Faculdade São Miguel - Recife Pernambuco.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

CURSO GRÁTIS PELA UFPE


UFPE oferece curso gratuito de Língua Japonesa


As inscrições para o curso semestral de Língua Japonesa da UFPE começam na próxima segunda-feira (2) e seguem até o dia 13. O curso é gratuito e possui carga horária de 60 horas, com encontros realizados duas vezes por semana.
As aulas são ministradas por professores com especialização no ensino do idioma japonês, vindos diretamente do Japão. São oferecidas seis turmas para o nível Básico I e três turmas para o Básico II, todas com 20 vagas cada.
Para se inscrever, é necessário comparecer à sala do professor Armando Shinohara, no Departamento de Engenharia Mecânica, localizado no Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), das 9h às 12h ou das 13h30 às 17h. No ato da inscrição, será cobrada uma taxa de R$ 90,00 para despesas de materiais didáticos utilizados ao longo do curso.
Mais informações:
(81) 2126.8230/8231
ufpelinguajaponesa@yahoo.com.br

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Combatendo os falsos mestres com Judas e João




INTRODUÇÃO

O problema dos falsos mestres é algo que assombra a Igreja do Senhor desde a igreja apostólica, entretanto quando pensamos em falsos mestres no presente século Pós-moderno logo nos vem à mente as figuras dos lideres das igrejas neopentecostais com sua teologia da prosperidade, os famosos testemunhas de Jeová, os adventistas do 7º dia e outros conhecidos nossos. Todavia ao reconstruirmos o cenário original, ocasião e contexto primitivo das igrejas do1º século, descobrimos algumas semelhanças entre a forma embrionária do erro cometido por eles e os erros cometidos pelos falsos mestres contemporâneos.

Principais falsos ensinos do I e II séc. no período da igreja Primitiva.

A partir dos falsos ensinos do Docetismo (do grego δοκέω dokeō, "parecer") e Gnosticismo, (tem por origem etimológica o termo grego "gnosis", que significa "conhecimento") estas heresias tornaram-se bastante popular entre os residentes nas igrejas da Ásia e Palestina devido ao processo de helenização, embora alguns eruditos discordem de um proto gnosticismo do II Século:
É dito que o tipo de heresia exposta é gnosticismo do segundo século.isto foi discutido na sessão sobre II Pedro, e determinado que este argumento não pode ser sustentado. A heresia era uma “visão do mundo” do primeiro século...( DAVID, Broadus Hale, Introdução ao estudo do Novo Testamento, Hagnos, 2001, p.400).

No entanto esta definição subjectiva afirmando de forma geral que a heresia do I século tratava-se de um tipo de “visão do mundo” não expõe de forma restrita o mais amplo que seria o contexto, pensamento e influências diversas que havia no período em que João assim como Judas combateram os erro dos falsos mestres denunciando-os haja vista que os seus ensinos haviam entrado na igreja e dessa forma ambos exortaram os crentes a perseverar na preservação da verdade do evangelho e fugir de todos os erros.
Berkhof na história das doutrinas cristãs trata esses falsos ensinos denominando-os de perversões gentílicas do evangelho e nos remonta a forma
rudimentar dos seus ensinos já na era apostólica :

Há indicações, no Novo Testamento, de que o gnosticismo já aparecera em forma incipiente nos dias dos apóstolos. Havia, já naqueles dias, mestres heréticos que derivavam seu impulso imediato do judaísmo, ocupando-se em especulações acerca de anjos e espíritos, e que se caracterizava por um falso dualismo, que redundava em ascetismo, por um lado, e libertinagem imoral pelo outro. (BERKHOF, Louis ,História das doutrinas cristãs, PES, 1993, p.44).

Assim com as perversões judaicas surgiram nos círculos rabínicos e se disseminaram entre as regiões e províncias onde havia forte influência grega, eruditos acreditam que seus falsos ensinos rudimentares surgiram possivelmente no período da ascensão de igreja, nos dias dos apóstolos, bem como o embate dicotômico que havia entre o ascetismo religioso de alguns grupos religiosos dentro do judaísmo como por outro lado a libertinagem que caracterizava outros grupos.
Possivelmente Judas esteja preocupado que estes “certos indivíduos” que infiltraram-se fraudulentamente. Pois o seu ensino consistia em uma doutrina baseada na libertinagem ou na prática de uma vida imoral: “Pois alguns homens que não temem a Deus entraram no meio da nossa gente sem serem notados, eles torceram a mensagem a respeito da graça do nosso Deus a fim de arranjar uma desculpa para sua vida imoral.” (BLH)
A razão para esta infiltração de novas idéias e heresias talvez esteja no fato de que as religiões ocidentais não mais satisfaziam os povos cada vez mais influenciados pela filosofia grega, isto abriu as portas para as seitas dentro e fora das regiões da Palestina, mais precisamente nas igrejas orientais, onde constantemente eram surpreendidas com uma nova idéia ou heresia.

O século I tem sido considerado como um período de “crise de consciência”. Antigas visões de mundo e ideologias tornavam-se cada vez mais antiquadas. Novos cultos proliferavam. As pessoas, desenraizadas de seus lares e terras tradicionais, deparavam-se com declarações de verdades conflitantes conforme iam se reintegrando. As misturas e combinações entre crenças e comportamentos criavam o pluralismo que era somente com as religiões exclusivistas e fechadas, como o judaísmo e cristianismo. (BLOMBERG, L. Graig, Jesus e os evangelhos, Vida Nova, 2009, p.46).

Este seria um possível cenário descrito pela epistola de Judas, visto que diligentemente pregadores itinerantes foram abraçados avidamente por algumas igrejas, o seu alvo era satisfazer a sede por um conhecimento mais profundo de Deus, esta proposta levou o gnosticismo embrionário a um nível bastante atraente entre seus seguidores. Trataremos a diante de uma forma mais restrita os ensinos do docetismo e gnosticismo.

Propósitos e objetivos de Judas 1ª, 2ª e 3ª carta de João.

O foco destas cartas não está nas reafirmações teológicas que encontramos, por exemplo, nas cartas de Paulo, o que devemos considerar é algumas situações bastante específicas e peculiares naquela ocasião e local, o foco, portanto seria numa situação atual que necessitava de uma resposta imediata firme e contundente e isto nós percebemos claramente na 1ª de João, 2ª e 3ª e Judas.

É bom lembrar que o objetivo destas cartas não necessariamente foram escritas a uma igreja específica ou família como, por exemplo, na 2ª de João nós temos: (O Presbítero a senhora Eleita) embora haja três possibilidades quanto a pergunta: Quem era esta senhora eleita? Por hora ficaremos com a mais aceita de que a maioria dos eruditos credita que foram escritas aos cristãos de uma forma geral especificamente a igrejas localizadas na província da Ásia, daí sua classificação entre as epístolas gerais.


Qual o propósito e a quem escrita foi escrita à carta de Judas?

Não há afirmações conclusivas quanto a quem Judas estava pensando ao escrever esta carta se não as suposições correntes nos círculos de erudição de que provavelmente Judas tendo em vista uma situação de emergência sentiu-se obrigado a escrever as pressas uma carta que de forma objetiva e compreensiva e desta forma os seus ouvintes eram conhecedores dos termos e palavras escritas por Ele. Sendo assim não havia necessidade de uma exposição exaustiva do erro dos falsos mestres nem tão pouca a usual identificação das cartas endereçadas as igrejas tanto de Judeus como de gentios. Note também ouso da expressão “comum salvação” como afirma Michael Green:

Judas nunca teve o propósito de escrever esta carta! Propondo-se a escrever (o presente do infinitivo graphein sugere “ num estilo lento”? Acerca da nossa comum salvação foi forçado a pegar a sua pena às pressas (o aoristo do infinitivo grapsai ) por causa da notícia de uma heresia perigosa. Ao invés de escrever uma carta pastoral viu-se escrevendo um volante.( GREEN, Michael Comentário de II Pedro e Judas- - Mundo Cristão- 1983- p.151)

Apesar de não identificarmos claramente o endereçamento dos leitores da epístola de Judas podemos nitidamente perceber que o propósito foi de despertar os seus leitores e chamar-lhes a atenção a uma questão fundamental para preservação da sã doutrina que era a defesa da fé contra a apostasia. Percebe-se um propósito diretamente utilitário em advertir contra uma heresia que surgira de repente. A preocupação de Judas não foi com a Teologia propriamente dita mais Ele a considerou um breve, definitivo e firme posicionamento que exortava aos seus ouvintes a que mantivessem a fé que foi dada aos santos. (v3)

Quem eram os falsos mestres na carta de Judas?

Pouco se sabe sobre Eles a não ser pelas próprias peças deste pequeno, porém complexo quebra cabeça. Os falsos mestres descritos por Judas são indiretamente identificados como “indivíduos que se introduziram com dissimulação”(v4).Pois alguns indivíduos infiltraram-se fraudulentamente). Ou seja, alguns destes falsos mestres que são talvez alguns daqueles pregadores itinerantes que entraram sem ser apercebido nas comunidades e igrejas locais. Se adotarmos a definição do Léxico de F.Wilbur Gingrich :

(v) infiltra-se fraudulentamente ou introduzir-se inadvertidamente Jd.4. (F.Wilbur Gingrich,Léxico do Novo Testamento- Vida Nova-2007-p. 158).

Judas os acusa de praticarem a libertinagem e nisto se assemelha a definição de Berkhof: “...Caracterizava por um falso dualismo, que redundava em ascetismo, por um lado, e libertinagem imoral pelo outro.” [grifo nosso]. Este era em base o ensino difundido entre os falsos mestres que entraram nas comunidades e nas igrejas sem serem percebidos participavam das festas conhecida pelos cristãos como as Ágapes, introduziram divisões e conseguia convencer alguns, daí a pressa de Judas escrever esta carta para tratar com urgência os erros que estavam circulando nas igrejas.

O que reforça a tese de que esta carta foi escrita de uma forma geral, sem a pretensão de atingir uma igreja ou comunidade específica se reforça no fato de que o autor reafirma a necessidade de lembrá-los dos acontecimentos descritos na תּוֹרָה (Toha) e na obra apócrifa Judaica: A Assunção de Moisés. Sobre eles também é dito que tem algumas experiências que os elevam a um nível de experiência utópica que é definida como  (sonhador) sobre esta afirmação temos a seguinte informação:

Ao que parece tem experiências extáticas, que o autor chama de delírios .E se consideram superiores aos anjos (8.10). Parece que se situam acima da moral... (História da Literatura Cristã Antiga Grega e Latina-Cláudio Moreschine e Enrico Norelli-Edições Loyola-1996-p.180)

Algo digno de notável observação é a terminologia usada por ambos para designar os disseminadores dos falsos ensinos: 1 João 2:18; 4:1: (Anticristo), (pseudo profeta ou falso profeta). 2 João verso 7: ( enganador ou impostor) (Anticristo) e Judas (Alguns indivíduos). (A palavra derivada de s=humanidade.) Todos estes hereges do I e II século perturbavam a paz e harmonia da igreja é contra eles que os apóstolos estavam exortando a igreja a preservarem na genuína fé Cristã.
Seus ensinos heréticos estavam ameaçando a sã doutrina que os apóstolos com muito trabalho estavam preservando então Judas os faz lembrar: “” “Vós mais amados, lembrai das palavras anteriormente ditas pelos apóstolos.”(Jd. 17). Na expressão Aquilo que é dito, Palavra, dito expressão. dito antes, dito previamente ou mencionado anteriormente. Indica a preocupação de Judas com o ensino apostólico do qual eles deveriam perseverar, persistir naquilo que foi ensinado pelos apóstolos, e que não deveriam se desviar das instruções que receberam no passado e que deveriam continuamente batalhar em prol desta doutrina apostólica. A fortes indícios nesta epístola que os falsos mestres queriam instruir-los de forma contraria ao ensino apostólico e esta era a preocupação principal de Judas para que os irmãos não fossem enganados.
Algo semelhante Lucas registra em atos: ”E perseveravam na doutrina dos apóstolos” ”Doutrina dos Apóstolos”. A preocupação está expressa neste versículo, com a dos apóstolos, com o ensino dos apóstolos, com a instrução. Algo que os falsos estavam fazendo era distorcendo a instrução apostólica, estavam deturpando a verdade. Esta era uma das marcas dos falsos mestres itinerantes que Judas enfrentou nesta ocasião. Ao que parece podemos defini-los de impostores, tinham a aparência de profetas vindos de Deus para anunciar o evangelho, viviam entre os irmãos, se utilizaram da hospitalidade alheia para se beneficiar, no entanto não passavam de falsários.

Qual o propósito das cartas de João?

As três epístolas de João estão incluídas no grupo de escritos neotestamentários denominados Epístolas Gerais. Esta classificação pode ter sido útil par separar e identificar os vários livros do cânon. A primeira não tem característica usual de uma carta ( identificação introdutória do autor, emitente, remetente, encerramento e saudações finais), e a segunda e terceira são breves, pessoais e dirigidas a leitores específicos tratando de assuntos específicos.

A primeira epístola, por exemplo; foi escrita num tempo em que falsa doutrina, do tipo gnóstico, havia surgido e até levado alguns a se afastar da igreja (2.19). O gnosticismo assumia muitas formas, porém sua idéia fundamental parece que sempre foi a seguinte: a matéria é má, só o espírito é bom, porém pelo saber ( gnosis), de uma espécie só conhecida pelos iniciados, o espírito do homem pode libertar-se de sua prisão material e erguer-se para Deus. Onde tal sistema se associou ou se uniu ao Cristianismo, seguiram-se resultados sérios. Em primeiro lugar, negava a possibilidade de uma real encarnação, porque, sendo Deus bom, não Lhe era possível que viesse a entrar em contacto com a matéria má; e isto, por sua vez, afastava a possibilidade da expiação, porque o Filho de Deus não podia ter sofrido na cruz. Algo interessante sobre a o ensino gnóstico nos é informado:

Ora, sabemos... por isto, é frase característica da epístola. Às vezes, como aqui, a palavra é gnoskomen, presente verbal significando “vimos saber” ou “percebemos” (vinte e cinco vezes nesta epístola, no presente, no aoristo e no perfeito); às vezes é oidamen, o perfeito do verbo eidenai, e significa “sabemos de fato” , não pela percepção mais como algo evidente por si mesmo. (STOTT, John R. W.I, II e III João Comentário, Vida Nova, 2008, p.78)

A repetição destas expressões ao longo da epístola de João mostra de forma explicita a intenção primitiva do autor de fornecer provas conclusivas e contundentes pelas quais os cristãos tivessem possibilidade de discernir o verdadeiro cristão dentre os demais conforme: “Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus.” (I Jo 5:13).

De forma geral os gnósticos em particular se arrogavam conhecimento de Deus, que tinham sido iluminados pela verdadeira gnosis. João não nega a possibilidade de que tal conhecimento fosse possível mais não que este fosse algo sublime e reservado a um tipo de elite cristã mais que deveria vir acrescido de um conhecimento empírico. Este conhecimento experimental de Jesus não era nenhuma inovação ou coisa recentemente inventada, nem se ocupava de alguma figura mitológica, como as formas vagas dos mistérios gregos, mas de uma Pessoa genuína e histórica, que fora ouvida, vista e até apalpada: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida.” I João 1:1) A mensagem do Evangelho não é uma teoria ou conto de fadas, mas o registro da vida e da presença entre os homens do Deus vivo, de forma tangível na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo.
Igualmente, se a salvação vinha pelo saber, podia-se sustentar que era de todo sem valor uma vida correta, e as piores formas de gnosticismo acobertavam, com a capa do saber, repugnantes licenciosidades. Esta epístola tem por finalidade, expressamente declarada, expor e refutar essas idéias errôneas. João apresenta nesta epístola três sinais de um verdadeiro conhecimento a respeito de Deus e de comunhão com Ele, sem o que era falsa toda pretensão de se possuírem estes altos privilégios. Os três sinais são, primeiro, justiça de vida; segundo, amor fraternal; e terceiro, fé em Jesus como Deus encarnado". Esses três temas surgem continuamente, aqui e ali, através da carta.
Esta epístola é orientada por dois grandes pensamentos acerca de Deus. Deus é luz (1.5) e Deus é amor (4.8-16). Deus é o sol do firmamento espiritual, a fonte de luz para o espírito, e de calor para o coração dos Seus filhos. Daí procede a responsabilidade que os filhos tem de viver de acordo com os elevadíssimos padrões morais e, isto é, enfatizado repetidamente ( 2.1-6; 3.3,6,9; 5.1-3). Entanto, algo notável sobre a exortação nesta epístola é que não encontramos nada parecido com admoestação ríspida; pelo contrário. O escritor dirige-se aos leitores com conhecimento íntimo deles, com solicitude paternal e interesse afetuoso; "Filhinhos", "Amados", "Filhinhos, ninguém vos engane", "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos". Embora o propósito de João fosse combater as heresias e falsos ensinos ele não perdeu o foco do amor cristão e tratou estes assuntos com bastante rigor mantendo o equilíbrio entre o zelo e o respeito aos irmãos.


Qual o tipo de heresia, Quem eram os falsos mestres e como foram combatidos por João em suas cartas?

Em geral eruditos do Novo Testamento concordam que é o gnosticismo o tipo da heresia combatida entre o I e II século. Mais a pergunta talvez seja: Qual tipo de gnosticismo? E esta pergunta se faz necessário pelas ramificações desta linha de pensamento que tratamos anteriormente de forma resumida. Dentro desta linha de pensamento basicamente o gnosticismo se desenvolveu em dois principais grupos: O Docetismo e o Cerintianismo. Estes dois imergiram no cenário histórico do II século e desenvolveram seu corpo doutrinário bastante definido.

Embora possamos perceber de forma sucinta os problemas enfrentados nas igrejas da metade do primeiro século é uma tarefa bastante difícil precisar quais foram às heresias enfrentadas por João. Alguns problemas com os “anticristo”. Possivelmente estes eram também os profetas itinerantes que entraram de forma sutil dentro da comunidade cristã. João explica que embora estivesse todo o tempo no nosso meio como se fossem autênticos cristãos eles não permaneceriam enganando-os por muito tempo, logo sairiam: “Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos.”(I Jo 2:19).

Com base neste texto, podemos identificar que os anticristos haviam sido membros da igreja e deixaram de espontânea vontade. Eles desviaram dos preceitos doutrinários e apareceram mais tarde como falsos profetas que tentavam desviar os membros da igreja( I Jo. 2:26)

Em resumo; podemos definir o docetismo que deriva do grego o verbo que significar parecer, ensinava que Jesus não foi uma pessoa real, de carne e sangue; ele era uma espécie de espectro ou um fantasma como alguns definem. Que Jesus apenas parecia com uma pessoa com um corpo físico formado por substâncias físicas, mais não podia ser material já que a matéria é má e Deus não poderia encarnar, sofrer dores físicas e morrer.

João trata do problema cristológico levantado pelos falsos profetas que negavam a encarnação de Jesus, há nestas afirmações fortes evidências que o proto - docetismo tenha sido uma heresia que ele estava combatendo, visto que o autor confirma a doutrina de que Jesus Cristo é humano e divino e que é filho de Deus. Os falsos profetas recusavam-se a confessar que Jesus tinha vindo em carne( I Jo. 4:2,3 e II Jo: 7). Eles negavam que Jesus é o Cristo (I Jo.2:22). De sorte que Cristo não poderia jamais ter vindo em forma humana. João combate estas heresias exortando os cristãos a permaneceram firmes na verdade que ouviram desde o princípio: “Portanto, o que desde o princípio ouvistes, permaneça em vós.” (I Jo. 2:24).
O princípio doutrinário implícito na expressão “O que desde o princípio ouviste”. É que os cristãos deveriam permanecer firmes nos fundamentos e doutrinas apostólicas, que não se deixar enganar pelos ensinos novos que distorciam e divergiam dos ensinos doutrinários dos apóstolos. (At. 2:42). Ao que nos parece que as heresias docética era algo novo e elaborado com a pretensão de induzir e disseminar suas idéias. João combateu tais ensinos deixando claro a encarnação, morte e ressurreição de Jesus. (I Jo. 1:1, 2, 2:22, 4:2, ).
Em “Contra as Heresias” de Irineu temos o relato sobre um certo Cerinto que viveu no período apostólico em Éfeso:

Há também aqueles que ouviram dele que João, o discípulo do Senhor, ao ir banhar-se em Éfeso e percebendo a presença de Cerinto, precipitou-se para fora da casa de banho sem ter se lavado, exclamando: ‘Apresemos-nos, antes que a casa de banho desmorone, pois Cerinto, o inimigo da verdade, encontra-se lá dentro. ’ (IRINEU apud KISTEMAKER, Simon, Comentário do Novo testamento, 2006, p.287).

O cerintianismo que deriva do nome de Cerinto de Alexandria um de certa forma desconhecido que viveu em Éfeso. Que segundo relatos do I século foi contemporâneo de João e Policarpo. Ensinava que Jesus o filho natural de José e Maria, e o Cristo que desceu sobre a forma de uma pomba no momento do seu batismo, dominou completamente seu ser, e que antes da sua crucificação o abandonou e voltou para Deus. De sorte que Jesus morreu, ressuscitou e simplesmente desapareceu. Cerinto também insistia sobre a adoração no sábado e a circuncisão.

Conclusão:

Seria possível que João esteja na passagem da sua primeira epistola combatendo os ensinos de Cerinto: “Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse mesmo é o anticristo, esse que nega o Pai e o Filho.” (I Jo. 2:21, 22).

Sua preocupação contra as idéias de Cerinto seria justificada, estas mentiras deste herege do I século poderiam trazer grandes problemas para a igreja primitiva em plena ascensão, assim como hoje negar a divindade de Jesus, negar a sua humanidade, os sabatistas modernos também devem ser combatidos com a mesma firmeza de João quando afirma que “nenhuma mentira vem da verdade” . Não podemos nos acomodar com estas heresias e deixar que elas se tornem populares entre os irmãos na igreja. Precisamos de forma objetiva, direta e firme dizer que são mentiras assim com eram nos tempos apostólicos.
No tempo presente marcado pelas heresias cíclicas, onde os erros do passando estão tomando uma roupagem nova, precisamos ser vigilantes para com as verdades objetivas da palavra de Deus. A igreja necessita da mesma atitude que tiveram os apóstolos diante dos falsos mestres e profetas itinerantes que traziam na bagagem seus erros, devemos repudiar seus falsos ensinos com a firmeza e zelo pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.

Rev. Luciano Gomes da Silva

Bibliografia:

SCHOLZ, Vilson, Novo Testamento Interlinear, SBB,2008;

KISTEMAKER, Simon, Comentário do Novo testamento, Cultura Cristã, 2006;

Novo Testamento Grego,4ª Edição, SBB e DBG, 2009;

STOTT, John R. W.I, II e III João Comentário, Vida Nova, 2008;

MORESCHINE e ENRICO Norelli, História da Literatura Cristã Antiga Grega e Latina-Cláudio, Edições Loyola,1996;

F.WILBUR Gingrich, Léxico do Novo Testamento,Vida Nova-2007;

GREEN, Michael Comentário de II Pedro e Judas, Mundo Cristão, 1983;

BLOMBERG, L. Graig, Jesus e os evangelhos, Vida Nova, 2009;

BERKHOF, Louis ,História das doutrinas cristãs, PES, 1993;

DAVID, Broadus Hale, Introdução ao estudo do Novo Testamento, Hagnos, 2001

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Início das aulas do II Semestre do SPFB



Início das aulas do Seminário Presbiteriano Fundamentalista do Brasil,será no dia 03 de Agosto; com um culto de abertura às 19:00h na IPF do IPSEP. Rua Hélio Brandão 190, Recife-PE.Informações na secretaria do seminário pelo fone: 081-3471-0954 Srª Neuza velozo.

Disciplinas: Segunda-feira Grego II(Prof. Jaziel Cunha);Terça-feira Pentateuco (Prof. Luciano Gomes); Quarta-feira Período Interbíblico (Prof. Demétrio Rocha); Quinta-feira Homilética (Prof. José Vasconcelos); Sexta-feira Educação Cristã I e II (Prof. Edsom Urbano).

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Curso de Linguística pela UFPE



Não percam está oportunidade! A UFPE ofereçe gratuitamente Hebraico bíblico.O curso inicia-se em setembro de 2010 todos os sábados de 10:00h às 12:00h.durante 3 meses.Requesito básico noção de hebraico, interessados enviar Email para o prof. Vicente Masip

quinta-feira, 1 de julho de 2010

SOS Pernambuco: Ajude aos desabrigados do Nordeste.



Neste instante chove copiosamente na cidade de Palmares. Os apelos são para que os crentes roguem a Deus pelo fim delas, que não só têm dificultado os trabalhos de limpeza e reconstrução, como também, deixam a população em polvorosa, eles que já viveram, a menos de uma semana, um espetáculo de terror.

Alguns e-mails recebidos revelam o medo e a consternação com a situação da Zona da Mata Sul de Pernambuco.

A irmã Ana Maria Prado escreveu: “Vamos orar meus irmãos e minhas irmãs, pois só Deus sabe o que poderá acontecer no interior de Pernambuco com estas novas chuvas”.

O irmão Nildo Júnior escreveu: “É pra orar! chuva forte neste momento - a água chega agora a 1,5 metros de altura e já cobre parte das casas em palmares e região”.

Em conversa telefônica com o Rev. Cephas Jr, pastor da Igreja de Palmares, eles nos relatou que as cenas de horror estão novamente sendo vivenciadas pela população, que já estava se preparando para voltar para casa, após as limpezas preliminares.

A situação, portanto, é de extrema ansiedade. A única coisa que temos que fazer agora é rogar ao único Deus, vivo e verdadeiro, ao qual a natureza e as águas o obedecem.

Em Cristo,
Rev. Marcos André Marques

VOCÊ ENCONTRARÁ MAIS INFORMAÇÕES, ESPECIALMENTE EM COMO AJUDAR, NO BLOG DO REV. MARCOS ANDRÉ
http://marcosandremarques.blogspot.com/

Faça parte desta corrente de solidariedade cristã, demonstre na prática o seu amor cristão pelos desabrigados em todo o nordeste, faça sua parte, procure um dos muitos postos de recebimento de doações e ajude aos que estão necessitados!Ore e divulgue esta iniciativa dos nossos amados irmãos presbiterianos. Que Deus os abencoe. Rev. Luciano Gomes.

sábado, 19 de junho de 2010

Esboço da IV Semana Teológica Reformada Junho de 2010


IV Semana Teológica Reformada na Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Cabo de Stº Agostinho- Pastor: Luiz Ronilson- Junho de 2010.
Palestrante: Rev. Luciano Gomes - CPF-Aldeia.
Tema: Lições de Deus na Vida dos Puritanos
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“Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos falaram a palavra de Deus, e, atentando para o êxito da sua carreira, imitai-lhes a fé.” (Hebreus 13:7).

Introdução:

Falar das lições de Deus na vida dos Puritanos para mim tem dois aspectos: Primeiro foi um presente de Deus, pois Suas vidas inspiraram outros servos de Deus pelo mundo, seu exemplo tem sido imitado ou pelo menos tem sido uma tentativa de um reavivamento em termos de uma reforma nas igrejas confessionais. A própria iniciativa do Rev.Ronilson e demais pastores em procurar esclarecer aos membros de sua igreja a importância da obra e vida dos puritanos é um exemplo prático e louvável de ser mencionando nesta ocasião que me parece bastante oportuna. Reconheço que muitos outros mestres no puritanismo (especialistas no estudo do Puritanismo como: J.I. Parker, e M. Lloyd Jones e outros) poderiam fazer uma complexa exposição da vida destes piedosos homens de Deus como muito mais propriedade, todavia agradeço o convite e oportunidade de compartilhar minhas pesquisas e estudos sobre a vida destes notáveis homens de Deus.

Segundo, redescobri que somos exatamente como bem expressou J.I. Packer (especialista em puritanismo) no livro: Entre Os Gigantes de Deus. “Gigantes Espirituais, e nós, anões. Eram grandes almas, servindo a um grande Deus". Anões espirituais se comparados aos puritanos ingleses. O estudo de suas vidas; confesso me atordoaram em algumas áreas da minha vida cristã e porque não dizer no meu ministério. O que de tão “Gigante” os puritanos foram na sua vida? O que Deus deixou de lição para nós crentes Latinos americanos da vida destes irmãos Europeus? O que fizeram em suas vidas que sirva de lição para cada cristão sincero que ama a Bíblia como palavra de Deus e deseja sinceramente viver uma vida coerente com os seus princípios (Bíblicos) Ortodoxos?
Exposição

I-Qual o sentido/e ou significado do termo puritano?

 Juliano Heyse teólogo da Igreja batista reformada de Florianópolis SC. Falando das palestras de J.I.Packer sob o assunto Puritanismo diz que ele sempre iniciava suas palestras com estas palavras: “Vamos falar dos Velhos e alegres puritanos” (testando o nível de preconceito que havia na platéia).

 Um escritor modernista americano depreciador dos puritanos certa vez disse: “O Puritanismo é o medo assombroso de que alguém, em algum lugar possa estar feliz”. Esta afirmação obviamente faz parte de uma de muitas acusações dos inimigos do puritanismo porque na verdade os seus erros são denunciados pela vida e pensamento puritano.

 C.S. Lewis diz algo contrário a este pensamento: “Devemos imaginar os Puritanos exatamente como o oposto daqueles que levam esse nome hoje”.

 C.S. Lewis o mesmo autor das “Crônicas de Narnia” que virou um filme recentemente escreveu um Livro por Título The Screwtape Letters, onde no Brasil foi traduzido como “Cartas do Demônio” ou no inglês mais livre “Cartas do inferno”. As Cartas do Coisa-Ruim e Cartas de Um Diabo a Seu Aprendiz é um livro de ficção escrito por Clive Staples Lewis, no qual é uma troca de cartas entre Fitafuso, um demônio experiente e seu sobrinho e aprendiz, Vermebile. Nestas cartas, Fitafuso tenta ensinar o seu sobrinho a como fazer com que o "Paciente" vá para o inferno. Em uma carta ele escreve assim: “Tudo isso teu paciente provavelmente classificará como puritanismo, e deixe-me dizer de passagem que o valor que nos conseguimos dar a essa palavra foi um dos nossos grandes triunfos dos últimos cem anos, através dela nos salvamos todos os anos milhares de seres humanos da temperança da castidade e da sobriedade. (pureza na vida.)” Temos então o ponto de vista do demônio com relação à forma pejorativa que muitos têm dado ao conceito de puritano.

 Este estereótipo dos puritanos de que eles eram estreitos, legalistas, inflexíveis, exclusivistas, fanáticos e pietistas nos sentidos mais feios dessas palavras são os frutos de uma geração corrupta. A imagem distorcida dos puritanos na história é o resultado do abandono do genuíno evangelho de Cristo de suas raízes e fundamentos bíblicos. Preconceito parecido com o que sofremos pelo rótulo que envolve o termo “Fundamentalista”.

 Seja qual for à interpretação que tenhamos destes gigantes de Deus qualquer idéia pré-concebida seria uma caricatura desconhecida e imprecisa, sejamos sinceros Eles merecem melhor sorte.

 C.S. Lewis fale como realmente eram os Puritanos: “Eles eram Jovens, vorazes, inlectuais progressistas, muito elegantes e atualizados”.

 Quanto ao rótulo que levaram de serem um movimento antiquado de velhos ranzinza. Leland Ryken no livro Santos no mundo rebate: O vigor dos Puritanos Elizabetanos (Referindo-se ao período do Reinado de Elizabeth I 1558-1603) era motivo de habitual escárnio contra eles da parte de seus inimigos anglicanos, em 1583 o Arcebispo Whirtift disse condescendentemente a um grupo de ministros Puritanos: “Vocês não passam de garotos comparados a nós, que estudamos teologia antes de vocês nascerem”.

 A primeira Lição de Deus na vida dos puritanos é: “Sejam autênticos! Sejam vocês mesmos! Não se importem com o rótulo que levarão procurem viver uma vida de santidade!”

 Texto: “Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que em santidade e sinceridade de Deus, não em sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo.”(IICo. 1:12)

II-O que é o puritanismo?

 O puritanismo não é uma Igreja ou uma denominação, não é um movimento organizado. É um movimento não organizado do período da reforma que tinha como ênfase principal à preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade.

 Era um movimento que envolvia cristãos zelosos, metódicos, idealistas, realistas, cultos, íntegros, com experiência espiritual profunda, prática, formadores da verdadeira família cristã, cheios de ideais de renovação para a Igreja que envolvesse enriquecimento das verdades de Deus e ardor na devoção pessoal.

 Os Puritanos conseguiram colocar em prática o exemplo de equilíbrio na vida cristã entre a “Piedade e Ortodoxia”
 Não era um movimento exclusivamente religioso foi também: Movimento da Reforma, do protesto, Internacional, da minoria, Político e Econômico.

 Surgiram com o Reforma não podemos precisar mais alguns especialistas na história dos puritanos acreditam que foi com William Tyndale (Tendeu) que desafiou as leis contarias as traduções da Bíblia é dele a frase: “Se Deus poupar a minha vida, em poucos anos eu farei com que um menino que maneja o arado saiba mais das Escrituras do que você.” (Argumentando com seus oponentes). Daí o NT alcança a Inglaterra em 1526 com a sua publicação de sua versão em inglês. Não havia uma adaptação da bíblia na Inglaterra e o puritanismo em sua essência adaptava toda sua vida aos padrões normativos da bíblia por isso eram tachados como puritanos em sua forma negativa da qual já nos referimos anteriormente.

A segunda Lição de Deus na vida dos puritanos é: “Não façam nada por vaidade ou hipocrisia! Lembre-se o Senhor pesa os corações!”

 Texto: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo.” (Fl.2:3)

III-Qual o contexto histórico e político em que viveram os puritanos? Alguns dos mais importantes momentos na História do puritanismo na Inglaterra.

 1536 Henrique VIII junto com o Parlamento rompe com Roma resultado da reforma.

 1547 Eduardo VI Os puritanos tinha grande chance de levar a frente seus ideais o menino ia muito bem com o seu reinado, porém morre aos 16 anos.

 1553 Maria I apelidada carinhosamente como a “sanguinária” queimou 270 partidários e simpatizantes a causa puritana, grande perseguição e opressão. Cremos que por providência divina por causa da perseguição muitos puritanos fugiram para outros países em reforma como a Escócia, Suíça, Holanda, França e outros a exemplo de John Knox que aprendeu aos pés de Calvino eles foram bastante amigos e certamente compartilharam bastante assuntos sobre teologia ele certa vez chegou a dizer: “ A academia de genebra é mais perfeita Escola de cristo que já existiu na face da terra”. È dele também a famosa frase “Dar-me a Escócia se não Morro” O espírito do puritanismo percebe-se claramente no embate entre John Knox e Richard Cox em Frankfurt na Alemanha numa igreja de refugiados ingleses a discursão girava em torno do culto cristão se deveriam seguir os moldes da igreja Anglicana esta era a opinião de Richard Cox. Enquanto John Knox não aceitava o uso do Livro da Oração Comum nem tão pouco qualquer modelo que não fosse o das Escrituras tudo deveria ser adaptado das Escrituras este é o “Espírito Puritano” este é o marcante ponto do pensamento Puritano. Tudo tem que ser feito como a Bíblia diz.

 1558 Elizabeth I Foi uma decepção para os Puritanos, era protestante mais foi imparcial fez a política da boa vizinhança com os católicos decepcionando os puritanos. Fez aquela média, estabeleceu também o pacto Elizabetano. Também não levou nada para as Escrituras houve mais uma reforma política do que religiosa, ficou também em cima do muro com as questões em que envolviam uma posição bíblica e novamente repito não levou as questões de consciência ao nível das Escrituras sempre fazia aquela via média entre Catolicismo e Protestantismo. Resultado:

 1559 O Ato da Uniformidade. Que estabelecia a obrigatoriedade de uso do Livro de Oração Comum na Inglaterra. Além disso decretava que todo homem deveria ir à igreja uma vez por semana ou seria multado.Este ato fazia parte do Estabelecimento Religioso Elizabetano instituído por Elizabeth I com o intuito de promover a supremacia da Igreja Anglicana no país.

 Outros atos concebidos junto deste foram o Ato da Supremacia de 1559 e os chamados Trinta e Nove Artigos.Elizabeth tentava alcançar a estabilidade religiosa depois de trinta anos de tumulto durante os reinos de Henrique VIII, Eduardo VI e Maria I, nos quais a Inglaterra pendia hora para o Catolicismo e hora para o Protestantismo.

 1603 Thiago I (James I) Rei Escocês foi recebido com grande euforia pelos Puritanos tendo em vista que ele era um rei vindo do país do Presbiterianismo, fatal engano o rei Thiago não foi nenhum pouco solidário a causa dos Puritanos. Ele já chegou esbanjando toda sua pretensão absolutista e tirânica de governar, em 1604 numa conferência em Hampton os Puritanos apresentaram seus pedidos então o rei os ameaça em expulsa-los da terra ou fazer pior. Ele dizia com muita clareza: “Eu sou o rei e gosto de Bispos, bispo eu nomeio, eu ponho quem eu quero”. Para quem quer o controle absoluto (Igreja e Estado) não tem melhor sistema de governo que o Anglicano. Valendo-se disto o rei Thiago I foi bastante astuto.

 1625 Carlos I. Desânimo total da parte dos Puritanos. Entre algumas ações ele nomeia o homem chamado William Laud para ser Bispo de Londres e Arcebispo da Cantuária foram empreendidas medidas severas contra os puritanos. Ele foi hostil de todas as maneiras ao ensino dos puritanos. Um dos seus primeiros atos como Arcebispo foi incentivar os jogos e os passatempos no dia do Senhor. Promoveu uso de janelas de vidros coloridos, cruzes, crucifixos e altares. Apoiava abertamente o arminianismo, aliás era muito simpatizante das idéias do livre-arbítrio. Colocou arminianos em quase todas as funções da igreja Anglicana. Havia na época um dizer interessante: “Qual a posição dos Arminianos? Os melhores Bispados da Inglaterra”. Da a impressão que ele está perguntando qual a posição Teológica dos Arminianos, ironicamente o ditado da época estava se referindo a posição dentro da Igreja Anglicana. Por causa de todas estas perseguições cerca de 20.000 homens, mulheres e crianças foram para a “Nova Inglaterra” na baía de Massachusetts nos Estados unidos da América.

 1640 Guerra civil entre o partidários do parlamento e partidários de Carlos I. O parlamento da Inglaterra(casa dos comuns e a casa dos lordes) fazendo valer o direito de convocar os seus membros para resolver a questão do abuso do poder da parte do rei resolve entra em guerra. Mesmo a Inglaterra sendo uma monarquia havia também um parlamento e o rei não poderia governar a parte deste de maneira Absoluta. A guerra foi vencida pelo parlamento e o rei Thiago foi decapitado em 1649.
 1649 a 1660 não houve um rei mais uma republica que era composta pelo parlamento e por um lorde protetor onde entra a figura do Oliver Cromowell. Melhor período para os puritanos que voltam a acreditar em ideias da reforma. Ascensão puritana no parlamento

 1662 Ato de Uniformidade e A Grande Ejeção (Expulsão) de pastores puritanos. 2.000 pastores puritanos se demitem de suas igrejas por não aceitar um culto que fosse regido pelo Livro de Orações Comuns Anglicano. Contra aos princípios reformados e bíblicos todos eles disseram NÃO ao que eles tinham plena convicção bíblica de ser um erro. Jamais iriam de encontro as suas consciências, alias, se havia algo de que eles mais defendiam era uma “consciência puritana” no sentido mais restrito e apropriado da palavra “Pura” (pureza).

A Terceira Lição de Deus na vida dos puritanos é: “Não faça nada contra a sua consciência cristão! Sejam todas as tuas obras fruto de uma boa consciência diante do Senhor”

 Texto: “Digo a verdade em Cristo, não minto, dando testemunho comigo a minha consciência no Espírito Santo”.(Rm. 9:1)
Puritanos notáveis:

William Perkins (1558-1602) – sua teologia foi o primeiro grande exemplo de uma síntese da teologia reformada aplicada à transformação da sociedade, igreja e indivíduos da Inglaterra elizabetana. Em sua obra mais famosa, Armilla Aurea (A corrente de ouro – 1590), ele expôs a tradição reformada em torno do tema da teologia como “a arte de viver bem”. Deu ênfase à majestade da ordem de Deus e suas implicações sociais e pessoais. Foi o primeiro teólogo elizabetano com uma reputação internacional. Também destacou-se extraordinariamente como pregador.

William Ames (1576-1633) – discípulo mais destacado de Perkins e prolífico escritor. Sua críticas contra a Igreja da Inglaterra causaram o seu exílio na Holanda (onde foi professor) e a proibição dos seus livros na Inglaterra. Suas obras mais famosas são: A Medula da Teologia (1623) e Casos de Consciência (1630). Morreu poucos antes de uma planejada mudança para Massachusetts, onde sua influência, bem como na Holanda, persistiu até o século 18. Sua teologia prática acentuou como cada aspecto da vida devia ser dedicado à glória de Deus.

Richard Sibbes (1577-1635) – foi estudante e professor em Cambridge. Exemplificou a síntese entre profundidade bíblica e sensibilidade pastoral que caracterizou a teologia puritana no que tinha de melhor. Seus escritos são práticos antes que sistemáticos e mostram claramente porque as ênfases puritanas foram assimiladas tão plenamente pelos leigos. Escritos seus como A Porção do Cristão e A Exaltação de Cristo Comprada por sua Humilhação revelam não só uma rica soteriologia, mas profundas percepções sobre a criação e a encarnação.

Thomas Goodwin (1600-1680) – foi influenciado por Sibbes e outros. Estava destinado a uma promissora carreira eclesiástica, mas abriu mão da mesma ao ser convencido por John Cotton (1584-1652) da legitimidade da independência. Depois de algum tempo na Holanda, desempenhou um papel importante na Assembléia de Westminster. Teve atuação destacada no regime de Cromwell e foi presidente do Magdalen College, em Oxford. Buscou unir independentes e presbiterianos em Cristo, o Pacificador Universal (1651). Seu profundo encontro pessoal com Cristo permeou todos os seus escritos.

Richard Baxter (1615-1691) – foi ordenado em 1638 e dois anos depois rejeitou o episcopalismo. De 1641 a 1660 foi ministro de uma paróquia em Kidderminster. Após a guerra civil, apoiou a Restauração e tornou-se capelão de Carlos II. Excluído da Igreja da Inglaterra após o Ato de Uniformidade (1662), continuou a pregar e foi encarcerado em 1685 e 1686. Tomou parte na deposição de Tiago II e deu as boas-vindas ao Ato de Tolerância de Guilherme e Maria. Suas obras incluem O Repouso Eterno dos Santos (1650) e O Pastor Reformado (1656). Outra obra conhecidíssima O Diretório Cristão foi sua obra magma. Dele se diz: “ Quando chegou em Kidderminster não havia nenhum Cristão e quando Ele saiu não Havia nenhum ímpio.”

John Owen (1616-1683) ao lado de Baxter, o grande pensador sistemático da tradição teológica puritana. Educado em Oxford, enfrentou uma longa luta espiritual em busca da certeza de salvação, que terminou por volta de 1642. Dedicou seus formidáveis dotes intelectuais à causa parlamentar. Inicialmente presbiteriano, converteu-se à posição independente através da leitura de John Cotton. Fez uma vigorosa exposição do calvinismo clássico em Uma Exibição do Arminianismo (1643). Em A Morte da Morte na Morte de Cristo (1647) fez uma brilhante apresentação da doutrina da expiação limitada. Até o fim da vida trabalhou por uma igreja nacional mais abrangente e pela reconciliação dos dissidentes rivais.

John Bunyan (1628-1688) O latoeiro de Bedford– após lutar na guerra civil, em 1653 filiou-se a uma igreja independente em Bedford. Um ou dois anos depois, começou a pregar com boa aceitação. Foi aprisionado de modo intermitente entre 1660 e 1672, o que lhe permitiu escrever sua obra-prima, O Progresso do Peregrino (1678), e outros escritos. Após 1672, dedicou-se à pregação e ao evangelismo em sua região. Outras obras famosas de sua lavra são A Guerra Santa (1682) e Graça Abundante para o Principal dos Pecadores (1666). Ele foi Batista.

Conclusão:
 A maior Lição de Deus na vida dos puritanos se resume no texto:

“E na verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (II Tm. 3:12).

Todavia todos os que desejam seguir o exemplo dos seus guias espirituais, todos os que desejam imitar não a caricatura grotesca que os ímpios fazem dos nossos pais reformadores puritanos terão que estar preparados para ouvir insultos diversos tais como: puritano, radical, fundamentalista, santarrão. Sofrer perseguições políticas em suas igrejas. Aprouve ao Senhor soberano criador nos usar todos os dias da nossa vida para que sejamos a Vox Dei em nossas igrejas em nossos púlpitos em nossas casas, e acima de tudo em nossa vida prática.


Sola del Glória!

Sola Escriptura

Sola Escriptura
Ser um Cristão reformado é está interessado em se reformar sempre.É prezar pelos princípios da reforma, e estar disposto a adaptar toda a vida e teologia ao exame final das Escritutras.