segunda-feira, 21 de abril de 2014

Suportando com paciência as provações e adversidades da vida



"7 Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. 8 Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima." (Tiago 5:7 e 8 ARA-SBB)




Introdução:


Rick Warren em seu livro intitulado "Poder Para Ser Vitorioso". Conta que uma pessoa orou assim: "Senhor, dá-me paciência, e eu a quero imediatamente!"




I– Definindo os aspectos da paciência como fruto do Espírito.


"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade paciência..." (Gálatas 5:22).

As três primeiras qualidades do fruto espiritual o amor, a alegria e a paz são ingredientes essenciais da nossa vida espiritual interior, da nossa relação pessoal com Deus aquilo que tem lugar nos nossos corações, quando o Espírito Santo habita em nós. Os três aspectos seguintes do fruto do Espírito, a começar pela paciência, são manifestações exteriores do amor, da alegria e da paz, no nosso relacionamento com os nossos semelhantes.

O vocábulo grego original traduzido por "paciência" (na versão portuguesa de Gálatas 5:22, "longanimidade") é makrothumia (vem de makros, que significa "longo" e thumia, "temperamento", "natureza", "índole"). A palavra original combina as ideias de muita paciência e de um temperamento bem equilibrado, controlado por Deus. Noutras palavras, a pessoa em quem o Espírito Santo está a produzir o fruto da paciência aprende a esperar no Senhor sem perder a esperança, não admitindo derrotas e nem se deixando dominar pela ira.



A paciência, como fruto do Espírito, capacita o crente a exercer o auto-domínio (aquele que se contém) diante de qualquer provação. A paciência não se apressa em "ajustar as contas" ou em punir. Ao mesmo tempo, não se rende a circunstâncias difíceis nem perde o controle sob provações que perdurem longo tempo. Quanto a esse aspecto, a paciência está intimamente ligada ao sofrimento, conforme veremos mais adiante. Envolve perseverança ou resistência. Sem essa paciência

íamos desanimar em pouco tempo. Nas dificuldades é que o Espírito produz em nós a paciência. Todos esses aspectos da paciência fazem parte do processo de desenvolvimento que nos vai moldar segundo a imagem de Cristo. Esse processo é abordado em 2 Pedro.

"Vós, também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência, e à ciência, temperança, e à temperança, paciência, e à paciência, piedade, e à piedade, amor fraternal, e ao amor fraternal, amor. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo" (2 Pedro 1:5-8).




O DITNT Lothar Coenen e Colin Brown:


A palavra diferentemente de outros compostos de thymos (" ira" , " fúria" ) surge tardiamente em Gr, (de Menandro em diante), mas é extremamente rara. Denota uma virtude pura e tipicamente humana: o prolongado refrear de thymos, da " ira" ou da " agitação" , Lé, a "paciência" , a " longanimidade" (contrastar oxythymiat a " ira repentina" ). Porque embora os deuses nada saibam de aflições, o homem precisa suportar com paciência a sua sorte. Sempre há um elemento de resignação na palavra, mesmo quando descreve o tipo de persistência desesperada que é digna de admiração. De modo positivo, expressa a "persistência" , ou uma "disposição inabalável" de aguardar os eventos ao invés de procurar forçá-los. Embora os estóicos conhecessem de perto a "perseverança" e a " persistência" , e lhes atribuíssem grande valor, realmente, makrothymia não figura no vocabulário deles. A razão disto era, talvez, a crença generalizada, porém errônea, de que a sua ideia básica era aquela da resignação passiva. Deve-se dizer que na Grécia antiga makrothymia se ocupa primariamente com a formação do caráter do próprio homem, não sendo uma virtude que se exerce para com o próximo.Ver atos 17: 18- 34




II –A paciência e os aspectos da vida Cristã

1. A paciência e o sofrimento.
Ninguém vive neste mundo sem experimentar certa dose de sofrimento. Isso faz parte da nossa "aprendizagem". Disse o salmista:

"Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Salmos 119:71).




Jesus disse:


"Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados." Mt 5:4

"10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. 11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. 12 Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós".



(Mt 5:10-12)

Para o crente, as provações podem ser comparadas ao trabalho dos cães pastores: eles mantêm as ovelhas próximas do pastor. As provações são para o crente a disciplina de um amoroso Pai celestial, que quer que compartilhemos da Sua santidade. O texto em Hebreus coloca a questão assim:

"Se suportais a correcção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.


Além do que tivemos os nossos pais, segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos, muito mais, ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam, como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça, nos exercitados por ela" (Hebreus 12:7-11).



*Ilustrar o cão pastor que hostiliza o rebanho das ovelhas com mordidas nas ovelhas mais rebeldes que facilmente se desgarrão do rebanho.

Vivemos num mundo que nos é espiritualmente hostil, sempre haverá inimigos que terão de ser vencidos. Jesus sofreu nas mãos de Pilatos, um pagão, e de uma multidão irada, do mundo distanciado de Deus. Porém Ele também sofreu por causa da infidelidade de Judas Iscariotes, que fazia parte dos Seus discípulos. Assim, se tivermos de aprender a ser pacientes por provações pelos que são de fora, ou pelos

que estão dentro da comunidade cristã, Jesus é o nosso exemplo. Quando Jesus foi tentado por Satanás, rejeitou a ideia de um trono sem a cruz (Mateus 4:1-11). Mais adiante, enquanto considerava os sofrimentos que O aguardavam, rejeitou a mesma ideia (João 16:17-33).

2. A paciência e a perseverança.
Muitos tradutores da Bíblia usam alternadamente as palavras paciência e perseverança. A perseverança refere-se à atitude de resistência, de permanecer firmemente naquilo em que se acredita, sem importar o que esteja a suceder. Alguém comentou que a makrothumia é o amor esperando pacientemente, mesmo no meio do sofrimento. Paulo diz-nos como poderemos resistir com toda a paciência.

"Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessámos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus; corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória, em toda a paciência e longanimidade, com gozo" (Colossenses 1:9-11).

O Comentário de Tiago por Douglas Moo: A perseverança (hypomonê) é o objetivo deste processo de teste. Esta palavra ocorre com bastante frequência no Novo Testamento, indicando a qualidade que se exige dos cristãos que enfrentam adversidades, tentações e perseguições (cf., e.g., Lc 8.15; 2 Ts 1.4; Ap 2.2; 13.10). "Firmeza" (NEB), "força estável" (Ropes) e "persistência heróica" (Dibelius) são tentativas de se captar o sentido da palavra. Trench ajuda bastante ao fazer distinção entre "paciência" (ARC; gr. makrothymia), que deve ser exercida pelos cristãos diante das pessoas, e hypomonê, com a qual eles devem responder às dificuldades externas. Esta hypomonê não é uma submissão passiva e mansa às circunstâncias, mas uma resposta desafiadora, forte e ativa que oferece provas práticas das realidades satisfatórias do cristianismo.


3. A paciência, a alegria e a esperança.
Em Romanos 5:3-4 são agrupados o sofrimento, a alegria, a paciência e a esperança: "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a

paciência a experiência; e a experiência a esperança". Esses versículos mostram o progresso do desenvolvimento e da maturidade cristã, através dos sofrimentos e da paciência que nos conduzem à esperança. Não é muito difícil esperar quando as coisas andam bem; mas, quando parece que nada vai acontecer para aliviar o sofrimento, a nossa reação natural é o desespero e o desengano. A paciência, como fruto do Espírito, não é uma aceitação cega e triste desse tipo de situação mas é precisamente o contrário, é estar cheio de alegria, com plena confiança no Senhor e naquilo que Ele está a operar na nossa vida. É dizer juntamente com o salmista: "Mas eu confiei em ti, Senhor; e disse: Tu és o meu Deus. Os meus tempos estão nas tuas mãos..." (Salmos 31:14-15).




Conclusão:

Ler Salmo 57.



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Sola Escriptura

Sola Escriptura
Ser um Cristão reformado é está interessado em se reformar sempre.É prezar pelos princípios da reforma, e estar disposto a adaptar toda a vida e teologia ao exame final das Escritutras.