Persuação humana versus poder de Deus.

"Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria.2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós.4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva(πειθω peithô do grego significa: persuadir, induzir alguém pelas palavras a crer) de sabedoria (σοφια Sophia, sabedoria, inteligência ampla e completa; usado do conhecimento sobre diversos assuntos, a sabedoria que pertence aos homens) mas em demonstração do Espírito e de poder (δυναμις dynamis, poder, força, habilidade,) 5 para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus (δυναμει θεου)".( I Co. 2: 15)




Introdução:


Contexto: Para os teólogos desconstrucionistas não é mais importante o contexto original, o método histórico gramatical na tradição reformada para estes teólogos já está ultrapassado e caraçe de apoio para se sutestar na sociedade pós-moderna, dizem: "precisamos fazer uma releitura do texto Bíblico e subter ao nosso contexto, o que importa não é o a doutrina no texto, oque ele ensina mais sim a "interpretação que damos a ele hoje". Irmãos isto é falácia semântica, isto é vã filosofia, é linguagem persuasiva(πειθωpeithô do grego a ideia aqui é a mesma que Paulo combateu em Corinto, ideia de persuadir, induzir alguém pelas palavras a crer por meio da sabedoria σοφιαSophia, sabedoria, inteligência, a sabedoria que pertence aos homens. O contexto em que temos hoje é semelhante ao contexto na cidade de corinto:



Corinto era um dos mais importantes centros da filosofia grega. Eles davam grande importância aos grandes filósofos, pensadores e oradores. Eles gostavam de ouvir belos e rebuscados discursos.

A cidade de Corinto era também um dos maiores centros de vida licenciosa do primeiro século. Tanto a prostituição como o homossexualismo era praticado abertamente na cidade em ligação com a prática religiosa. Além da influência filosófica na religião, havia em Corinto também os falsos apóstolos que tentavam corromper a mensagem (2 Coríntios 11:1-6).



A integridade do evangelho estava sendo comprometida em Corinto. Como está sendo comprometida hoje: 1) Um evangelho misturado com filosofia (liberalismo); 2) Um evangelho misturado com ideologias políticas (teologia da libertação); 3) Um evangelho misturado com experiencialismo heterodoxo (neo-pentecostalismo); 4) Um evangelho misturado com pragmatismo (igreja mercado).

Paulo, então, para corrigir esses problemas, expõe sobre os fundamentos básicos da mensagem do evangelho.

Exposição:


Qual o caráter da fiel pregação da Palavra de Deus? Qual a origem da sabedoria na pregação, quem nos ajuda nesta compreensão? Até que ponto somos responsáveis pela fiel exposição da Palavra de Deus?

No século XVII um pastor reformado puritano que viveu em Kidderminster foi o instrumento de Deus na mudança da reputação daquela cidade. De pior, passou a ser considerada a mais santa do país. A contagiosa influência de um santo pastor como Baxter tem poder para mudar um bairro, uma cidade ou um país. Ele era um não conformista que tentou reformar a Inglaterra, foi muitas vezes preso por isto, influenciou e influencia até os dias de hoje gerações de crentes piedosos que procuram viver um evangelho profundo (não superficial).

Sobre o seu ministério profícuo o Rev. Paulo Anglada nos informa: " Baxter quando chegou em Kidderminster havia poucos crentes, e duvidosas suas conversões, em alguns anos o templo de sua igreja teve que ser aumentado, pois não comportava mais as pessoas que, escalavam as janelas para ouvir suas pregações. Muitas ruas da cidade tiveram todos os seus moradores convertidos, podia-se ouvir centenas de pessoas cantando hinos de louvor a Deus em plena rua"

Mais qual era o caráter da pregação de Baxter? As pessoas às vezes se questionam porque nossas igrejas não são cheias de crentes como as demais igrejas neopentecostais. Outras pessoas dizem que nossos sermões são duros demais, falta piedade, são apenas sermões de correção, de exortação, de confrontação de pecado e arrependimento. E chegam ao inevitável equivoco de que: "as pessoas não precisam de ouvir estas mensagens, ele precisam ouvir falar mais de amor," Notem a exortação do Rev. Baxter:

"Vocês acham que crentes débeis, levianos e escandalosos podem fazer algum bem maior por meio de suas vidas? Ou ao verem crentes tão cobiçosos, ás vezes até mais do que os mundanos que não têm maiores esperanças? Ou ouvi-los reclamar, mentir ou difamar as pessoas? Ou vê-los ir atrás de todo ensino que lhes seja apresentado com algum plausível fervor? Vocês pensam que as pessoas serão ganhas por meio de vidas como essas?" (Richard Baxter, extraído do livro: Firmes na Fé, conselhos para crentes fracos, página 52 Ed. Knox 1º Edição)

" O coração de muitos ministro se alegra bastante por ver seus ouvintes humilhados, deplorando seus pecados, mudando suas mentes e vidas, e professando externamente a piedade; no entanto, alguns anos depois, eles veem a sua alegria transformada em tristeza; e alguém que dava a impressão e a esperança de ser realmente convertido,vem esfriar e perde a disposição inicial, outro acaba na mais completa sensualidade, tornando-se um beberrão, fornicador; outro ainda são enganados por algum charlatão e infectados com erros mortais, de modo que abandonam os seus deveres e entregam-se como instrumentos de Satanás para dividir a igreja, opondo-se ao evangelho, passando a desacreditar e a injuriar ministros e crentes, com o intuito de enfraquecerem as mãos dos que edificam e de fortalecer os ímpios, servindo assim aos inimigos da verdade ". (Richard Baxter, extraído do livro: Firmes na Fé, conselhos para crentes fracos página 37 Ed. Knox 1º Edição)




1-Qual o caráter da fiel pregação da Palavra de Deus?

O caráter da pregação de Paulo


1 Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, a não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. 2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado 3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. 4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, 5 para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.

Sobre a sabedoria de Deus: "Se alguém anseia pela sabedoria de Deus, terá de renunciar à própria sabedoria e pedir a luz divina."



João Calvino (reformador genebrino)

Sobre a sabedoria dos homens: "Pastores carnais que usam meios carnais para trazer homens carnais pra suas igrejas, continuarão a usar meios carnais para manter estes homens carnais em sua igreja carnal."E conclui: "Jesus não é o suficiente a ponto de você ao pregar ter que complementar a Cristo com coisas mundanas?" Paul Washer(reformador contemporâneo)




2-Qual a origem da sabedoria na pregação, e quem nos ajuda nesta compreensão?

A verdadeira sabedoria. O ensino do Espírito Santo

6 Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, e que se reduzem a nada;7 mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; 8 sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória; 9 mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. 10 Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. 11 Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. i 12 Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. 13 Disto também falamos,


não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. 14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 15 Porém o homem espiritual o julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. 16 Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo. (I Co 2: 6-16)

"Paulo dependia somente do poder do Espírito. Se não há poder do Espírito, não há pregação" (Martyn Lloyd-Jones)




3- Até que ponto somos responsáveis pela fiel exposição da Palavra de Deus?

A responsabilidade dos que ensinam

10 Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro h edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica.11 Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. 12 Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,13 manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. 14 Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; 15 se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.


16 Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 17 Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; m porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado. (1Co 3:10-17)




A sabedoria humana sem valor

18 Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste século, faça-se estulto para se tornar sábio. 19 Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles. 20 E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos. 21 Portanto, ninguém se glorie nos homens;


porque tudo é vosso: 22 seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, 23 e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus. (1Co 3:18-23)

*Ler I Coríntios 4: 1-5




Conclusão:


Uma reprovação severa 6 Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito; c a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro. 7 Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido? 8 Já estais fartos, já estais ricos; chegastes a reinar sem nós; sim, tomara reinásseis para que também nós viéssemos a reinar convosco. 9 Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo g ao mundo, tanto a anjos, como a homens.10 Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós, desprezíveis. 11 Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa,12 e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; 13 quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos. 1Co 4:6-13)