sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Resenha: Por que (Não) ensinar gramática na escola - Sírio Possenti -Parte I


Resenha Crítica do Livro: Por Que (NÃO) Ensinar gramática na Escola - POSSENTI, Sírio – Editora ALB – 15ª Reimpressão – 2006.

Introdução:

O título do livro a primeira vista parece-nos sugerir uma proposta atípica do ponto de vista tradicional do ensino educacional que fomos habituados a aprender. O autor expõe de forma bastante desafiadora questões fundamentais relativas à natureza e o aprendizado das línguas de uma ótica que passaremos a chamar de “aplicação inversa” dos fundamentos gramaticais. A abordagem do tema em questão “Não ensinar gramática na Escola” é mais bem esclarecida quando Possenti elucida e conceitua na segunda parte do livro os três tipos de gramáticas. O leitor menos avisado pode supor pelo título do livro que Possenti está derrubado toda estrutura educacional em detrimento de uma nova abordagem; entretanto fica claro com a continuidade da leitura da sua obra que ele propõe exatamente o contrário, sugere a releitura da aplicação das gramáticas(Normativas, descritivas e internalizadas) percorrendo um caminho inverso ao que estamos habituados a ver nas escolas.
Corroborando com esta idéia permita-me dar o exemplo do que foi dito pelo prof. Vicente Masip em um curso de capacitação para educadores na UFPE:

“A criança ingressa na escola falando perfeitamente o português. Esse fato extraordinário, porém; pouco sensibiliza os alfabetizadores, preocupados apenas por ensinar seus alunos a ler e escrever.” [Citação da capa final do livro: Fonologia e ortografia portuguesas – Editora E.P.U. Pelo autor Vicente Masip por ocasião do curso ministrado na UFPE no auditório do CAC em Julho de 2010]

Hipoteticamente imaginemos que um dos pré-requisitos para se ensinar a língua portuguesa seja o falar a língua portuguesa. Obviamente que se falamos uma determinada língua supõe-se que o falante domine determinadas “regras” desta língua, se preferir “estruturas gramáticais”. O conceito de um conhecimento interiorizado ou como definia Chomsky “Herança biológica” é levado em conta quando ensinamos na escola? Estamos respeitando o fato dos alunos de fala portuguesa que possuem este conhecimento inato da sua língua materna ou estamos tentando fazer exatamente o caminho “contrário” ou se é que podemos dizer o caminho “artificial” (no que se refere ao caminho contrário o da natureza do falante). Estes e outros temas são abordados nesta magnífica obra, de sorte que veremos os pormenores desta e outras questões a seguir.

Exposição:

Possenti inicia sua obra justificando o embate dicotômico entre ensinar ou não a gramática normativa nas escolas. O prof. Sírio Possenti é professor de lingüística da Unicamp, para alguns talvez está seja a razão de um pré julgamento com o tema proposto pelas discursões entre os gramáticos e os lingüistas com relação ao aprendizado da língua. Este aparente paradoxo entre ensinar a língua e ensinar a gramática é quebrado por Possenti, embora ele critique diretamente o método empregado nos “Programas de ensino” . Ele acredita que estes programas de ensino não são eficientes, não funcionam por que seus discursos são novos, todavia suas práticas ou métodos de ensino são tão ultrapassados quanto às gramáticas normativas. Esta talvez seja uma proposta que ele chama de “revolução no ensino da língua portuguesa”. Se estaremos dispostos a rever os antigos discursos e torná-los praticáveis eis a grande questão.

O papel da escola no aprendizado da língua portuguesa

Inicio está sentença com a afirmação do autor: “O objetivo da escola é ensinar o português padrão”. Concordo com está afirmação por algumas razões obvias; primeiramente por que os falantes da língua portuguesa já tem internalizado as estruturas gramáticas da sua língua materna, ainda que na sua forma embrionária, vejamos um exemplo disto: Quando uma criança começa a pronunciar suas primeiras palavras e ela diz: /mama/ é óbvio que ela quer dizer mamãe. Agora notem a semelhança da palavra mamma em italiano que significa mãe usada em sua forma afetiva. Obviamente que a criança portuguesa não nasceu conhecendo o idioma italiano, o que temos aqui é uma noção do princípio da herança biológica, se a criança fosse nascida na Itália seria óbvio que ela estivesse chamando sua mãe; no caso da criança do Brasil está evidente que ela não consegue articular perfeitamente o fonema /ã/ que é produzido pela abertura do véu do palato deixando passar o ar pelo nariz e pela boca simultaneamente. Embora está realização pareça muito complexa a criança poderá desenvolver esta capacidade facilmente com o tempo; o que importa é que a mãe consegue associar perfeitamente o signo do seu significado, ou seja ela pode decodificar perfeitamente o significado.
Embora a criança não conheça os grafemas e os fonemas que fazem parte desta estrutura linguística elas aprenderam na escola este padrão.

*Luciano Gomes da Silva é aluno do curso de Letras pale Faculdade São Miguel - Recife Pernambuco.

Um comentário:

  1. Olá gente minha,

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